Você não pode servir a Deus e ao entretenimento | Phillip Holmes

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Você ama o entretenimento. Transmissão via streaming, TV ao vivo, sites de compartilhamentos de vídeos e mídias sociais estão todas ao seu alcance. Sua capacidade de acessar entretenimento rapidamente e sem esforço invadiu cada aspecto de nossas vidas. Pesquisas recentes revelaram que você é tentado a checar o seu Facebook a cada trinta segundos.

Os seus amigos estão te chateando com um papo sem graça? Pegue seu iPhone. Sua esposa está irritando você? Ligue a sua televisão. Seu professor não é interessante? Entre no seu Facebook. O entretenimento é o seu meio de escapar dos aborrecimentos da vida para um confortável mundo da fantasia. No entanto, o seu meio de fuga transformou você em um escravo.

Confissões de um escravo

Se eu for honesto, devo dizer que tive um amor desenfreado por entretenimento frívolo – ao longo dos anos usei-o principalmente como um meio de fuga. O entretenimento foi usado para me distrair da culpa do pecado, discórdia nos relacionamentos ou ansiedade no trabalho. Ele tornou-se para mim o que a oração diária e a leitura bíblica deveriam ter sido: um refúgio seguro de retiro para descanso e conforto.

Eu falhei em reconhecer que minha busca interminável por diversão me transformou em um escravo. Meu amor por meu novo mestre foi sutilmente causando desprezo por Deus e reserva em meu dever de deleitar-me nEle.

O conto sobre os dois senhores

Em Mateus 6:24, Jesus revela que quando gravitamos em direção ao entretenimento como meio de conforto, nos afastamos cada vez mais do nosso Criador. A noção de dois senhores é, de fato, um conto fictício. É impossível ter mais de um. Jesus expõe uma realidade interessante: o amor por um provocará o ódio contra o outro.

Se dedicarmos excessivas quantidades de tempo, dinheiro e de afeto a qualquer coisa, incluindo o entretenimento, desprezaremos aquilo que nos afasta dela. Todos nós já fomos confrontados com a escolha entre passar um tempo em oração e com a Palavra de Deus ou passar tempo com entretenimento. No cerne dessa encruzilhada, o pleno dom de Jesus compete com as promessas temporais do entretenimento. Qualquer caminho escolhido aumenta o ódio em relação ao que é preterido.

Quando escolhemos o caminho largo do entretenimento irresponsável, sementes do desprezo por Cristo são plantadas. Da mesma forma, quando escolhemos o caminho estreito que leva a Jesus, sementes de ódio são plantadas, não apenas contra o entretenimento insensato, mas contra todo pecado que habita em nós. Este caminho revela que o entretenimento ilimitado é um senhor cruel que busca devorar a nossa verdadeira alegria e nos afastar de Cristo, que é a sua fonte.

O senhor cruel

O entretenimento promete muito, mas oferece muito pouco. Ele é incapaz de satisfazer o que nossos corações realmente desejam. Queremos descansar. Queremos conforto. Mas o entretenimento só pode oferecer uma solução temporária. Assim que despertamos de horas excessivas de Netflix ou de percorrer as mídias sociais, nossos problemas permanecem, ainda esperando para serem confrontados. Somos confrontados com a verdade de que tudo o que fizemos foi adiar o inevitável.

Buscar a alegria no entretenimento é como “perseguir o dragão” (“chasing the dragon”). O termo é uma gíria que se refere à busca contínua em se alcançar um êxtase que seja equivalente ao obtido anteriormente ao se começar a usar drogas.

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Um usuário de drogas, por exemplo, experimenta a heroína pela primeira vez e tem uma experiência incrível. Porém, quando ele retorna à droga, ele já não pode obter a mesma experiência. Em vez disso, a experiência fica mais fraca, de modo que o usuário adquire heroína mais intensa em maior quantidade na busca da mesma experiência. À medida que que ele “persegue o dragão”, o corpo do usuário degenera interna e externamente. Essa degeneração geralmente se manifesta em prurido severo, perda indesejada de peso, fala arrastada, doença renal e hepática e muito mais.

A dependência do entretenimento é semelhante. Os efeitos físicos e na saúde podem não ser tão marcantes como os da heroína, mas os efeitos espirituais são bem caros. Buscamos o entretenimento insensato esperando por alívio para nossas almas, mas, ao invés disso, tudo o que ele pode prometer é a morte. Ele nos distrai do mais sublime e derradeiro bem com uma miragem de felicidade e conforto.

Jesus é o bom mestre

Em Mateus 11:28-30, Jesus convida a todos o que estão cansados e sobrecarregados a virem até ele, prometendo dar descanso a nossas almas exauridas. Essa promessa não é vazia. No evangelho, ele cumpre sua promessa tomando o nosso fardo na cruz para o nosso descanso e alegria nele.

Eu nunca saí desapontado quando busquei minha alegria em Deus através da oração e leitura bíblica, me lembrando das suas promessas no Evangelho, me arrependendo de meus pecados e clamando a Deus por conforto. Todos os meus problemas foram solucionados? Não. Mas minha alegria foi restaurada e minha alma se fartou em suas promessas. Do mesmo modo, sempre que usei o entretenimento como um meio de alívio para minha alma, fui deixado em falta e insatisfação.

Ainda assim, quando me encontro naquela encruzilhada proverbial entre a comunhão com Cristo e o entretenimento frívolo, tento dizer sim ao entretenimento e não a Deus.

Ao passarmos por essa vida, seremos tentados a continuar a nos envolver com entretenimento de modo descuidado e a ignorar nossa escravidão. Alguns continuarão a viver como escravos, consumindo abusivamente entretenimento e negligenciando o sustento espiritual. Mas você não precisa viver em escravidão.

O evangelho fornece o poder de dizer sim a Deus e não a um entretenimento ilimitado. Aqui descobrimos a beleza de nosso maravilhoso mestre e descobrimos que Jesus é melhor. Em comunhão com ele experimentamos alegria duradora que o entretenimento só pode prometer, mas nunca fornecer.

Na próxima vez que você se encontrar nessa encruzilhada familiar, apegue-se a Jesus. Lembre-se que apenas ele é o seu bem supremo. Ele morreu e ressuscitou para que possamos experimentar comunhão com ele, e isso proporciona a suprema alegria contra a qual a fuga para o entretenimento não pode competir.

Traduzido por Tiago Silva e revisado por Jonathan Silveira.

Texto original: You Can’t Serve God and Etertainment. Desiring God.

Phillip Holmes serviu como estrategista de conteúdo no ministério desiringGod.org. É casado com Jasmine e têm um filho.

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