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12/set/2024Há algum aspecto da experiência humana que tenha impactado todos os outros elementos da identidade masculina e feminina?
Embora a minha vida certamente não seja redutível a ser um homem, tudo sobre ela está moldado pelo fato de que sou homem e não mulher. A vida inteira da minha esposa é moldada pelo simples fato dela ser mulher e não um homem. Cada um dos meus nove filhos (sim, queríamos iniciar o nosso próprio time de baseball) são inegavelmente moldados pelo fato de serem meninos ou meninas. E ainda assim, quantas vezes não paramos para pensar que não precisava ser assim?
Deus não teve que fazer dois tipos diferentes de seres humanos. Ele não teve de nos fazer de modo que como homens e mulheres, em média, tivéssemos formas e tamanhos diferentes, crescessem cabelos em lugares desiguais e com frequência pensássemos e sentíssemos de forma diferenciada. Deus poderia ter propagado a raça humana de alguma outra forma além do cenário real de masculino e feminino. Ele poderia ter criado Adão de uma maneira que não precisasse de Eva e vice-versa. Mas Deus não decidiu fazer um homem ou uma mulher, ou um grupo de ambos; ele criou um homem e criou uma mulher. A única característica inerente à existência humana que o molda mais do que qualquer outra coisa – nosso sexo biológico – foi à escolha de Deus.
Em última análise, é claro, o mundo teve que ser criado da forma que foi; simplesmente por causa da vontade imutável de Deus e também como expressão do seu caráter. Não estou sugerindo que Deus tenha criado Adão e Eva como se Ele estivesse lançando dados em um tabuleiro. Na verdade, busco lembrarmos-nos do oposto. Todo esse negócio complicado, maravilhoso e belo que envolve a humanidade de dois sexos, foi ideia de Deus. “E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27, ARA). Toda a raça humana é, sempre foi e será, pelo resto do tempo que lhe resta, composto por esses dois sexos diferentes, mas complementares. Esta continua bifurcação entre homem e mulher oriunda da ordenação de Deus não é um acidente ou um mero capricho, mas sim a evidência da boa dadiva de Deus.
O que está em jogo em Deus nos fazer homens e mulheres? Nada menos do que o Evangelho, e isso é tudo. Segundo Paulo, o mistério do casamento é profundo e está ligado a Cristo e a sua igreja (Ef 5.32). “Mistério” no Novo Testamento significa algo que se encontrava oculto, mas que agora foi revelado. A Bíblia está dizendo que Deus criou homens e mulheres – dois sexos diferentes – para que pudesse servir como uma imagem da união diferenciada e complementar de Cristo com a igreja. De fato, Efésios 5 aborda o tema do casamento, mas não podemos entender a lógica subjacente a menos que observemos as intenções de Deus ao criar o casamento como uma união em forma de Evangelho entre um par diferenciado e complementar. Qualquer movimento para abolir as distinções entre eles terá o objetivo (intencional ou não) de destruir os alicerces da própria redenção.
Homens e mulheres não são intercambiáveis. Eles – especialmente no casamento, mas também na vida diária – complementam um ao outro, o que significa que eles devem funcionar de acordo com o modelo divino. Isso está em conformidade com a ordem de todo o cosmo. Pense sobre a natureza complementar da própria criação (céu e terra): “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn 1.1, ARA). E esse não é o único par da criação. É possível notar outros tipos de pares que apareceram antes mesmo do homem e a mulher terem sido criados como, por exemplo: o sol e a lua, a manhã e a tarde, o dia e a noite, o mar e a terra seca e as plantas e os animais.
Em cada par, uma parte pertence à outra, mas nenhuma pode tomar o lugar do outro. Pensando na relação do homem e a mulher com toda a extensão do cosmo, faz sentido, portanto, compreender que a união entre o céu e a terra em Apocalipse 21-22 é precedida pela ceia das bodas do Cordeiro presente no capítulo 19. Faz sentido porque Deus nos criou homem e mulher e isso tem um significado cósmico e duradouro. Isto é, do início ao fim, o enredo bíblico – e o design da criação – dependem desta distinção entre os sexos para demonstrar as suas diferenças e as suas complementaridades.
A diferença entre os sexos é o caminho que nos revela a sabedoria e a graça de Deus. Ela estava presente no Jardim do Éden, na vida do antigo Israel, nos Evangelhos e na igreja primitiva. Da mesma forma ela estará na ceia das bodas do cordeiro assim como estava na mente de Deus antes que todas as coisas desse mundo viessem a existir. Sem dúvida, a masculinidade e a feminilidade não são a mensagem do Evangelho. Mas ela nunca está separada do enredo da história redentora. O dom de ser homem e mulher também é uma boa dádiva que representa a ordem natural de como as coisas devem funcionar no mundo e como devemos seguir Jesus. Assim, vamos unir nossos esforços para nos alegrar com o propósito de Deus e promover, através de nossas vidas e palavras, tudo o que é bom, verdadeiro e belo que Deus nos proporcionou ao criar homens e mulheres.
Texto original: God’s Good Gift in Making us Men and Women. Traduzido e revisado por Gedimar Junior e publicado no site Cruciforme com permissão.
Kevin DeYoung é o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (Michigan). Obteve sua graduação pelo Hope College e seu mestrado em teologia pelo Gordon-Conwell Teological Seminary. É preletor em conferências teológicas e mantém um blog na página do ministério The Gospel Coalition. |
Deus criou a humanidade como homem e mulher, e reconhecer essa verdade nunca foi tão importante. Criados um para o outro e distintos um do outro, homem e mulher não são intercambiáveis, ambos foram projetados para funcionar de acordo com a conformidade divina. Esse projeto é em última análise um retrato vivo de algo maior: a união diferente mas complementar de Cristo e sua igreja. Em Homens e mulheres na igreja, Kevin DeYoung esclarece os textos bíblicos que revelam essa complementaridade divinamente desenhada e aplica esses textos mostrando que Deus nos fez para louvar, servir e obedecer a ele tanto na vida quanto no ministério como homens e mulheres. |