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24/out/2024Deus não distribui os seus dons de forma padronizada a todos os seus filhos. Em vez disso, alguns recebem muito e outros pouco. Algumas pessoas têm grandes oportunidades, enquanto outras recebem poucas oportunidades. Da mesma forma, alguns vivem a vida com grandes riquezas, enquanto outros, recebem uma quantidade bem inferior à média ou até sobrevivem em um contexto de extrema pobreza. Alguns são agraciados em ter um intelecto extraordinário, enquanto, por outro lado, outros sofrem com a baixa habilidade de usá-lo. Por fim, alguns tem a oportunidade de estudar em lugares de alto nível, enquanto outros não tem acesso a nenhuma educação. Deus, em sua soberania, decide tudo isso.
O mesmo Deus que distribui os dons de forma diferente a cada um de nós, é o mesmo que nos avalia de maneira justa. Isto é, ele nos julga com base naquilo que nos foi dado. Com outras palavras, ele não nos julga comparando-nos com as pessoas que receberam menos ou mais. Aqueles que receberam mais têm uma responsabilidade maior, enquanto aqueles que receberam menos têm expectativas menores. Por exemplo, uma pessoa que possuía uma mente simples não é cobrada para escrever grandes obras ou fazer belíssimos sermões. Da mesma forma, quem tem pouca riqueza não precisa financiar grandes instituições ou apoiar grandes projetos missionários. Em vez disso, devemos ser fiéis com o que temos, de modo que a viúva que dá duas moedas seja reconhecida da mesma forma que o homem rico que doa bilhões. Acredito que, na eternidade, veremos que muitas pessoas que realmente honraram a Deus por meio dos seus dons, passarão despercebidos por nós.
Recentemente, enquanto pensava sobre os dons de Deus, cheguei a seguinte reflexão: conheço cristãos que possuem grandes talentos, mas não são fiéis a eles. Ou seja, Deus lhes concedeu muito, mas eles não estão aproveitando da maneira que deveriam. São pessoas que receberam cinco talentos, mas ao prestarem contas a Deus, buscarão justificar dizendo que preferiram esconder todos eles – ou pelo menos quatro – no chão. “Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu” (Mateus 25. 24, 25).
Conheço também pessoas que têm poucos talentos, mas são fiéis. Ou seja, Deus não lhes deu muito, porém é evidente que eles estão aproveitando ao máximo aquilo que receberam. São pessoas que possuem apenas um talento, mas ao prestarem contas a Deus, certamente justificarão dizendo que multiplicaram o pouco que tinham recebido. “Senhor, confiaste-me um talento; eis aqui mais um que ganhei” (Mateus 25. 20).
Alguns recebem grandes quantias de dinheiro, mas não praticam a generosidade. De forma contrária, existem aqueles que recebem uma quantia bem inferior, mas distribuem o que tem de forma deliberada. Existem aqueles que vivem em mansões e não acolhem ninguém, enquanto outros, moram em pequenas casas e são acolhedores. Há também aqueles que possuem uma habilidade de falar, porém, se dedicam de forma desleixada ao exercício da pregação, enquanto outros, que são mais tímidos, fazem a atividade com zelo. Em resumo, alguns não aproveitam plenamente o muito que receberam enquanto outros aproveitam e multiplicam o pouco que que tem em mãos.
Seria estritamente estranho e provavelmente insensível afirmar a alguém que ele é um daqueles a quem Deus deu poucos dons. Contudo, pensar sobre isso me faz querer celebrar com aqueles que se veem com poucos talentos, mas são extremamente fiéis. Quero reconhecer aqueles que entenderam que não receberam tanto quanto outras pessoas, mas que ao aceitarem com gratidão o que lhes foi dado, dedicaram-se e aproveitaram ao máximo. Quero parabenizá-los, pois, ao invés de se queixarem pelo que lhes faltavam, acolheram o que receberam e cuidaram com empenho. Essas são as pessoas que agradam, horam e exaltam o nome de Deus.
Texto original: Great Gifts but Little Faithfulness. Traduzido por Gedimar Junior e publicado no site Cruciforme com permissão.
Tim Challies é pastor da igreja Grace Fellowship, em Toronto, no Canadá, editor do site de resenhas Discerning Reader e cofundador da Cruciform Press. Casado com Aileen e pai de três filhos, ele também é blogueiro, web designer e autor de várias obras. |
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O discernimento espiritual serve para muito mais do que tomar grandes decisões de acordo com a vontade de Deus. É uma atividade essencial do dia a dia, pois permite que cristãos comprometidos separem a verdade de Deus do erro e distingam o certo do errado em todas as situações. É também um tipo de habilidade, algo que qualquer pessoa pode desenvolver e aprimorar, especialmente com a orientação deste livro. Publicado por Vida Nova. |
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