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Minha família passou uns dias difíceis nas últimas festas de fim de ano. Foram dias daqueles que envolvem ambulâncias, salas de emergência, sangramentos, ossos quebrados e até diagnósticos aterrorizantes que, felizmente, no nosso caso acabaram sendo diagnósticos errados. Entramos neste novo ano gratos pelo período das festas, mas também gratos por tê-lo deixado para trás. E, para ser sincero, também entramos no novo ano um pouco desgastados e ansiosos.
Logo nas primeiras horas de 2025, saí para dar um passeio. Eu precisava de um tempo para processar aquilo tudo, pensar e orar sobre os acontecimentos. O céu estava escuro, a neve caía e eu seguia uma única trilha de pegadas de alguém que havia passado pela rua pouco tempo antes de mim. Uma ideia não me saía da cabeça, e eu tinha um monte de perguntas.
As perguntas eram estas: Será que a minha fé algum dia falhará? Minha confiança vacilará? Minha esperança será abalada?
Sou grato pelo fato de que a maioria dos problemas médicos já foi resolvida. Na verdade, no final, em sua maioria, eles não eram realmente problemas, embora na hora a situação parecesse terrível. O mais assustador de todos os prognósticos revelou-se um monumental erro de interpretação por parte de um médico que deveria ter sabido avaliar melhor. E nós compreendemos — todo mundo erra.
Então, exceto por algumas indisposições comuns e sem grande importância, estamos bem e começamos este novo ano em boas condições. Mas e se alguns desses diagnósticos estivessem corretos? Ou se realmente tivesse acontecido o pior e houvesse mais um assento vazio ao redor da nossa mesa? Será que a minha fé falharia, ou minha confiança vacilaria, ou minha esperança seria abalada?
Essas perguntas me fizeram pensar o seguinte: Existe uma versão do evangelho da prosperidade na qual todos podemos acreditar, e é mais ou menos assim: “Deus, eu me entreguei a você e, em troca, espero que você facilite a minha vida. Posso não precisar de riqueza ou opulência, saúde perfeita ou fartura abundante, mas gostaria de ter facilidade. E se você tirar de mim essa facilidade, posso presumir que o que você sente por mim mudou ou seu amor por mim diminuiu. Posso até me arrepender de segui-lo. Peço apenas que você faça com que eu possa viver sem dificuldades”.
Eu sei que não é assim que funciona. Sei que o chamado para seguir a Deus é o chamado para entregar tudo a ele e estar disposto a viver dentro das circunstâncias que ele considerar adequadas. É acreditar que este é o mundo do meu Pai, e não o meu, de modo que a versão da realidade que ele revela é superior à que eu poderia desejar. É depositar não apenas a eternidade nas mãos dele, mas também o tempo, e confiar nele não apenas em relação ao que virá depois da morte, mas também ao que vem antes dela.
“Sei que o chamado para seguir a Deus é o chamado para entregar tudo a ele e estar disposto a viver dentro das circunstâncias que ele considerar adequadas“
Mas às vezes é difícil, e às vezes é difícil acreditar que o caminho dele é realmente o melhor. Às vezes é difícil aceitar que ele realmente sabe o que está fazendo e que, de uma perspectiva celestial, um dia eu verei o que ele fez e direi: “Você sabia o que era melhor o tempo todo”.
Porém, naquela manhã, enquanto caminhava pelas ruas cobertas de neve, eu sabia que precisava disso. Eu precisava começar este ano com fé, com o tipo de fé que não apenas confia em Deus para a salvação, mas confia nele para tudo o que surge no caminho até o céu — o tipo de fé que confia não apenas em seu plano de salvação, mas também em seu plano para minha vida e a vida daqueles que amo. Eu sabia que precisava expressar minha disposição de me submeter à vontade dele, mesmo que isso causasse sofrimento ou levasse embora aqueles que amo. Eu sabia que precisava reafirmar minha confiança de que Romanos 8:28 é verdade e que Deus realmente está orquestrando todas as coisas de tal maneira que elas acabarão mostrando ter sido para o meu bem e para a glória dele. Eu sabia que precisava simplesmente confiar.
E, por sua graça, ele me permitiu fazer isso. Ele me permitiu fazer uma oração que Christopher Newman Hall escreveu há muito tempo. Uma oração que reconhece a incerteza que sentimos, mas também confessa profunda confiança no Senhor e confiança em seus caminhos. Comecei o meu ano com essa oração, e peço a Deus que elaseja a estrutura deste ano. Talvez ela seja significativa para você também.
O teu caminho, Ó Senhor! O teu caminho — não o meu!
Mesmo que, oprimido, eu anseie
Por veredas mais suaves e ensolaradas,
O teu caminho é melhor.
Mesmo cruzando sombrios e áridos desertos,
Ou altas cristas de montanhas;
Mesmo que eu desmaie pelo esforço e medo,
O teu caminho é melhor.
Mesmo que nenhuma porta amiga se abra
Para o forasteiro que passa;
Mesmo que a noite seu terror mais denso ofereça,
O teu caminho é melhor.
Ainda que imprevisível e sem rumo pareça,
Ora para leste, ora para oeste,
Alegrias nascidas e mortas, esperanças perdidas,
Pode ainda ser que
O teu caminho é melhor?
Pela grande dor, minh’alma não parece
Mais pura e abençoada.
Pobre de mim, que não vejo que
O teu caminho é melhor.
Meus olhos não veem — por todo lado
De angústia estou cercado.
Em vão tento entender que
O teu caminho é melhor.
Mas eu creio — tua vida e morte,
Teu amor atestam,
E toda promessa claramente diz —
“O teu caminho é melhor”.
Não posso ver — mas creio.
Se, para ao descanso eterno chegar,
Pelas trilhas da dor eu devo andar,
O teu caminho é melhor.
Texto original: The Prosperity Gospel We Sometimes All Believe In Traduzido e publicado no site Cruciforme com permissão.
![]() | Tim Challies é pastor da igreja Grace Fellowship, em Toronto, no Canadá, editor do site de resenhas Discerning Reader e cofundador da Cruciform Press. Casado com Aileen e pai de três filhos, ele também é blogueiro, web designer e autor de várias obras. |
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![]() | O discernimento espiritual serve para muito mais do que tomar grandes decisões de acordo com a vontade de Deus. É uma atividade essencial do dia a dia, pois permite que cristãos comprometidos separem a verdade de Deus do erro e distingam o certo do errado em todas as situações. É também um tipo de habilidade, algo que qualquer pessoa pode desenvolver e aprimorar, especialmente com a orientação deste livro. Publicado por Vida Nova. |
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