Sobre o nascimento virginal de Cristo | Wayne Grudem
30/dez/2024O que aprendemos, portanto, sobre os propósitos de Deus para o nosso tempo neste mundo?
Simplesmente o tempo não nos pertence, mas pertence a Deus. Nós não temos pleno controle sobre o tempo, as ocasiões e as circunstâncias da nossa vida, só o Senhor. Quanto mais tentarmos viver neste mundo como se ele andasse conforme o nosso “fuso horário”, mais angustiante, frustrante e inútil parecerá a nossa existência. Porém, para os que temem o Senhor e confiam nele, vivendo segundo o seu tempo — isto é, segundo o “fuso horário” do Criador e Senhor —, mais recompensadora e plena será a sua vida no mundo de Deus.
Contudo, nenhum de nós vive nem tem vivido de modo tão perfeito assim. É exatamente por isso que o Senhor do tempo um dia entrou no tempo e no espaço deste mundo para consertar aquilo que corrompemos por conta da ânsia pecaminosa pelo controle da nossa vida. Foi na “plenitude dos tempos”, isto é, no tempo soberanamente orquestrado por Deus, que ele enviou o seu Filho, Jesus Cristo, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, para nos redimir e nos resgatar da nossa condenação (Gl 4.4,5). Foi no devido tempo, quando ainda éramos fracos pecadores, que Cristo morreu pelos ímpios, a fim de nos justificar pelo seu sangue (Rm 5.6). E foi no tempo acordado pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, que, ao terceiro dia, o Senhor Jesus Cristo ressurgiu dentre os mortos para inaugurar um novo tempo e uma nova vida neste mundo para aqueles que confessam os seus pecados e o reconhecem como Senhor e Salvador (1Co 15.4,20-22). E no dia e na hora acordados por Deus, o Senhor Jesus Cristo voltará para encerrar a história e, enfim, satisfazer plenamente nosso anseio pela eternidade com o nosso Criador e Senhor para todo o sempre (Mt 24.36-51)!
Até aquele dia, porém, ele nos chama a viver como bons mordomos do nosso tempo neste mundo, na dependência do seu santo Espírito, buscando a sua sabedoria e fugindo da insensatez, aproveitando ao máximo o nosso tempo nesta vida (Ef 5.15,16). Ou, como bem ilustrado pelas palavras do jovem Jonathan Edwards em sua quinta resolução: “Resolvi nunca perder um momento, mas aproveitar o tempo da forma mais proveitosa que puder”.[1]
Já imaginou quão diferente seria a nossa vida e o nosso mundo se todos vivêssemos assim, pela graça de Deus?
Se não temos vivido assim, como bons mordomos do tempo que o Senhor nos dá nesta terra, o seu perdão está disponível hoje por meio de seu Filho, Jesus Cristo. O seu poder também está disponível, pelo seu santo Espírito, para que vivamos no temor do Senhor como os melhores mordomos das suas dádivas, especialmente da dádiva do tempo.
Notas
[1] Steven J. Lawson, As firmes resoluções de Jonathan Edwards (São José dos Campos: Fiel, 2010), p. 148. O texto completo das 70 resoluções de Jonathan Edwards encontra-se disponível em http:// www.monergismo.com/textos/vida_piedosa/70resolucoes_edwards.htm.
Trecho extraído e adaptado da obra “O Verdadeiro valor da vida”, de John Mcalister, publicada por Vida Nova: São Paulo, 2020, p. 89-90. Publicado no site Cruciforme com permissão.
É mestre em estudos teológicos pela Wheaton College e pastor regente da Catedral das Igrejas Cristãs Nova Vida, no Rio de Janeiro. John é também deão acadêmico do Instituto Bispo Roberto McAlister de Estudos Cristãos, instrutor do ministério The Charles Simeon Trust Brasil, autor de Lágrimas de esperança e coautor de O pentecostal reformado, publicados por Vida Nova. É casado com Raquel, com quem tem três filhos: João Felipe, Teodoro e Olívia. |
Eclesiastes trata com honestidade as questões mais difíceis da vida e, ao fazer isso, revela as futilidades e frustrações de um mundo caído e corrompido como o nosso. A leitura de Eclesiastes nos mostra o vazio de tentar viver esta vida longe de Deus, ou até mesmo sem Deus no horizonte. Em O verdadeiro valor da vida, John McAlister leva o leitor contemporâneo a compreender essas verdades do livro de Eclesiastes e o vazio e absurdo da vida sem Deus. Não se trata, no entanto, de um livro que nos deixa frustrados e em crise existencial, antes, aponta para uma vida frutífera e próspera com Deus, o Criador e Redentor deste mundo caído. |