Por que Jesus assumiu a forma humana? | Chuck Colson

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Com o Advento a caminho, nossa rotina rapidamente acelera com festas, apresentações escolares, eventos na igreja, viagem e passeios de família. Frequentemente o ritmo anestesia nosso coração e mente às boas novas que estamos nos preparando para celebrar no Natal. Acabamos ficando mais felizes quando o Natal passa, uma vez que não temos que ficar pensando como o Grinch conseguiu roubá-lo.

Pessoalmente, tem sido útil refletir sobre a seguinte questão em meio a um Advento caótico: “Por que Jesus assumiu a forma humana?”. Embora a Bíblia ofereça muitas respostas a essa pergunta, considere esta: Jesus se tornou carne para crucificar nossa carne.

Há uma grande variedade para os significados de “carne” no Novo Testamento. Às vezes, ela se refere ao corpo físico (ex.: 2Coríntios 4.11) enquanto em outras vezes ela se refere ao nosso modo de vida, sob o domínio do pecado, antes da conversão (ex.: Romanos 8.6-8). Minha resposta toca neste significado porque Jesus tinha um corpo físico, mas não era um pecador.

Em Gálatas 5.24, Paulo escreve: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências”. Aqui, a palavra “carne” refere-se à nossa vida pré-conversão – o antigo eu sob o domínio do pecado. Nessa condição, nós éramos hostis e estávamos alienados de Deus, escravizados ao poder do pecado. Mas Deus fez algo por nosso predicamento. Para aqueles que pertencem a Cristo, a carne foi morta – que ela descanse em paz.

Como isso aconteceu? A carne é crucificada depois de muito esforço de nossa parte? Se é assim, o que faz isso acontecer? Ou será que a carne morre de outra maneira?

De acordo com Paulo, nossa carne morre quando somos unidos a Jesus no batismo. Ele não está falando de um processo, mas sim de um evento. Considere o texto de Colossenses 2.11-12:

“Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”.

Quando estamos unidos a Jesus, estamos crucificados com ele (Gálatas 2.20). Em outras palavras, a violência perpetrada contra o corpo de Jesus é a mesma violência perpetrada contra a nossa carne. Assim, se Jesus morreu e estamos unidos com ele, então nossa carne também morreu. E, se Jesus ressuscitou, nós também ressuscitamos para uma nova vida (e iremos ressuscitar fisicamente um dia)! Este é um dos muitos benefícios graciosos que Deus dá àqueles que são unidos a Seu Filho, Jesus Cristo. Sua morte se torna a nossa morte e sua vida, nossa vida (Romanos 6.5-11; 8.1-11; Colossenses 3.1-11). A vida flui para dentro de nós através de Cristo, a Cabeça viva (Colossenses 2.19; Efésios 4.15-16).

Não mais escravizados

Então o que isso significa para nós?

Significa, principalmente, que não estamos mais escravizados no pecado (Romanos 6.7). Fomos libertados do controle da carne (Romanos 7.5-6). Certamente, o pecado permanece em nós, mas não estamos mais sujeitos à sua tirania. Estamos libertos para uma nova vida – livres para lutar contra o pecado, não mais condenados para lutar sob o pecado.

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Dada a nossa experiência diária, nem sempre nos sentimos assim. Na comédia romântica de 1990, “Uma Linda Mulher” (“Pretty Woman”), o escritor J. F. Lawton apresenta a nossa luta de maneira manifesta. Richard Gere, um homem solitário, mas um poderoso empresário, diz a Julia Roberts, uma prostituta contratada como acompanhante: “Eu acredito que você é uma mulher muito brilhante e especial”. Ela responde: “É mais fácil acreditar nas coisas ruins”. Este também é o nosso dilema. As coisas ruins – nossos sentimentos de desesperança no pecado – são mais fáceis de acreditar. Assim como a personagem de Julia Roberts lutou para acreditar que ela era uma mulher brilhante e especial, nós também lutamos para acreditar nas realidades objetivas que são verdadeiras sobre nós em Cristo.

Felizmente, as realizações da graça de Deus não se prostram aos impulsos de nossos sentimentos. Se Jesus morreu, então a nossa carne está morta. Se Jesus ressuscitou, então Deus nos ressuscitou para uma nova vida no Espírito. Essa é a verdade sobre o cristão.

É aqui onde a nossa batalha deve começar. Ela começa na fé. Em Romanos 6.11, Paulo nos instrui a nos considerarmos – um ato de fé – como “mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”. De fato, avançamos para a linha de frente colocando pecados específicos à morte, na confiança plena de que o poder da carne já foi derrotado. Como Herman Ridderbos escreveu, “Eles devem lutar a batalha com a certeza de que seu inimigo foi derrotado”. Não podemos lutar contra o pecado sem que primeiro estejamos libertos da carne através da morte de Jesus.

Então, como você se considera? Você se considera morto para o pecado e vivo para Deus? Ou você se considera perdoado, mas morto no pecado? Amigos, fomos perdoados, considerados justos através da fé em Jesus e feitos vivos em Cristo (Efésios 2.4). Você pode lidar com o pecado todos os dias, mas esse pecado não reina sobre você. Você está liberto do poder dele!

Desfrute dessa verdade. Celebre Cristo na fé e tudo o que Deus nos promete nele. E que a realidade histórica da carne de Jesus e de sua morte se torne a base de uma nova realidade em sua vida conforme você mortifique as obras do corpo (Romanos 8.13).

Traduzido por Jonathan Silveira.

Texto original aqui.

Chuck B. Colson é reitor do Church of Ascension, uma congregação de PEARUSA, em Arlington, Virginia.

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