A idolatria da relevância: Uma entrevista com Os Guinness

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Os Guinness

Entrevista concedida ao site preaching.com

Preaching: Seu livro mais recente é intitulado Prophetic Untimeliness: A Challenge to the Idol of Relevance (Baker Books, 2003). Algo com o qual todos os pastores irão se relacionar nesse livro é a sua discussão do tempo – a maneira como o tempo parece controlar nossas vidas. Adorei a observação do filipino de que os americanos são pessoas que andam carregando deuses em seus pulsos. Isso diz muito sobre quem somos como cultura.

Guinness: Se você olhar para o impacto da modernidade, muitas pessoas pensam em coisas como carros e televisão, que são muito óbvias. Na verdade, a inovação mais antiga e poderosa é o relógio. Foi inventado em 1400. Se você pensar nisso em comparação com relógios de sol, relógios de água ou qualquer outra coisa, isso trouxe precisão. Não houve precisão com os relógios de sol. À noite, quando não havia sol, não havia relógio algum. Trouxe coordenação – calendários ferroviários coordenando as coisas. Acima de tudo, trouxe pressão. Tudo tinha que ser feito. Redimir o tempo, agora, significa ocupar o máximo de tempo possível, maximizá-lo e torná-lo eficiente com a equipe de gerenciamento de tempo e assim por diante.

Isso não apenas moldou nosso mundo em níveis práticos – todos nós hoje vivemos um ritmo de vida louco. Estamos vivendo vidas estúpidas que são muito ocupadas. Também afetou nossa psicologia e filosofia. Os gregos eram civilizados – eram espaciais – e os bárbaros não eram gregos, eram não-espaciais, geográficos. O civilizado agora está em contraste com o primitivo ou reacionário; em outras palavras, não é espacial – é temporal. Você vê como nossas visões do tempo moldam nossas mentalidades. A visão moderna de relevância é essa ideia de se estar absolutamente no topo de todas as tendências – a mais recente é a maior. Se você domina todas as tendências emergentes, você então tem controle sobre a vida. Isso é absolutamente ridículo. O que fizemos foi inverter a maneira tradicional de ver as coisas.

Tradicionalmente, consideramos o passado, o presente e o futuro. Os seres humanos pensaram que sabiam muito sobre o passado – ele estava lá. Não se sabia muito sobre o presente. Não se sabia nada sobre o futuro. Em nossa idiotice, invertemos isso. Então a ideia é que o passado não importa. Temos os extremos como Henry Ford, que disse que a história é asneira. Muitos evangélicos vivem assim. Bill Moyers diz que os americanos sabem tudo sobre as últimas 24 horas – graças à CNN – não muito sobre os últimos 24 anos, e nada sobre os últimos 24 séculos.

Nas Escrituras, a história é incrivelmente importante no que se refere à lembrança como fonte de confiança e obediência. Muitas pessoas modernas não apenas ignoram o passado como idolatram o presente. O que é mais novo é definitivamente mais verdadeiro. Qualquer alteração deve ser tida como progresso. Isso é idiotice absoluta. Agora até temos a insanidade de fingir que conhecemos o futuro. Aí você olha para a nova onda de “pastores-futuristas” – e eles não terão nome. Um deles escreve em seu livro que ele pode colocar o ouvido no chão e ouvir o futuro. Nós não sabemos o futuro. Esse tipo de idiotice foi varrido no culto da relevância e nossa cultura atual e, sem que percebêssemos, nos tornou muito mundanos.

Preaching: Você fala sobre como essa fome por relevância distorceu muito do que fazemos. Como podemos evitar o outro extremo da irrelevância?

Guinness: Eu defendo a intempestividade, não a irrelevância. O evangelho é sempre verdadeiramente relevante. Em outras palavras, atende às nossas necessidades. Adapta-se aos nossos tempos. Esta nova relevância – que está acompanhando as últimas tendências – leva a tendências, leva ao desgaste, leva à infidelidade. Se olharmos para isso teologicamente, o começo disso foi no liberalismo protestante. Freiderich Schliermacher fala sobre alcançar os cegos desprezadores do evangelho, e o liberalismo tende a alcançá-los, juntá-los, tornar-se como eles. Essa é a infidelidade do liberalismo. Nos anos 60, foi a extremos. A principal linha protestante neste país virtualmente cometeu suicídio nacional em termos de influência. Os evangélicos eram muito mais negadores do mundo, engajados no mundo, mas negando o mundo. No entanto, com a ascensão do movimento de crescimento de igreja e do seeker sensitive movement (movimento dos sensíveis aos que buscam) estamos agora reabastecendo uma versão evangélica do liberalismo protestante. Portanto, jovens adolescentes evangélicos são tão relativistas quanto seus pares pagãos. Muitos pastores estão tão profundamente envolvidos em divórcio ou pornografia quanto seus pares no mundo profissional. Ou então temos coisas bizarras como o nepotismo evangélico em ascensão, que teria sido considerado sinais de corrupção no passado. O evangelicalismo está repleto de nepotismo e todo tipo de organização cristã. Agora, por que todas essas coisas estão acontecendo? Eles são sensíveis aos que buscam; ser relevante a todo custo fez com que a rampa se tornasse mais escorregadia.

Preaching: Como um líder de igreja evita ser pego nessa tendência cultural, enquanto, ao mesmo tempo, encontra uma maneira de se comunicar para que as pessoas possam entender?

Guinness: Existem dois extremos, não um. Estou me envolvendo com a tendência dominante hoje, que é perigosa, a moda. O outro extremo é simplesmente ficar fora disso. Existem claramente dois extremos, não apenas um. Peter Berger chama isso de ser culturalmente resistente em um extremo ou de ser culturalmente acomodado no outro extremo. Estou, então, atacando um extremo. Isso não significa que não haja outro. O que queremos é o equilíbrio.

A questão então é: como manter o equilíbrio? Eu argumento que há três antídotos para resistir a essa tendência cultural. Um deles é estar sempre consciente do que está fora de moda. C. S. Lewis chama isso de “pensamento de resistência”. Se você se encaixa no evangelho apenas para o seu tempo, você tem um confortável e conveniente evangelho que vende todo o evangelho. Então, sempre pregue os ditos difíceis, o fora de moda, o difícil, o obscuro. Este é o primeiro ponto.

Em segundo lugar, esteja ciente daquilo que é histórico. Eu argumento que a melhor opção para a maioria de nós, simples mortais, não são grandes volumes acadêmicos, mas sim as biografias. Os cristãos poderiam muito bem entrar em biografias que lhes ensinariam sobre algumas das grandes pessoas da história. Portanto, esteja ciente da história.

Em terceiro lugar, temos que manter contato com o eterno. Eu me lembro que quando era pequeno e cheguei a Cristo pela primeira vez, os grandes pregadores eram John Stott e Martyn Lloyd-Jones. Nenhum desses homens disse: “assim diz o Senhor”, provavelmente porque eles não precisavam. John Stott estava muitas vezes prostrado em seu rosto diante do Senhor antes de ir ao púlpito, tal era sua admiração pelo privilégio e responsabilidade de compartilhar a Palavra. Lloyd Jones ficava sozinho por uma hora antes de ir ao púlpito. Sua igreja fica bem ao lado do Palácio de Buckingham. Se a rainha chegasse, ele não falaria com ela porque estava com o rei dos reis. Podíamos notar que havia unção na palavra antiga – havia uma autoridade espiritual na pregação porque estava diretamente em contato com o Senhor. Em vinte anos, não ouvi nenhuma pregação americana aqui que chegue a dois terços daquela pregação antiquada que era tão típica daqueles dias. Não há antídoto para a atração da modernidade, exceto o poder da eternidade.

Preaching: Alguns anos atrás, tive a oportunidade de lecionar para pastores em Moscou. Enquanto conversavam sobre os problemas com os quais estavam lidando e alguns dos grupos com os quais estavam lidando, algumas das mesmas batalhas que eles estavam travando eram batalhas que tinham sido travadas séculos atrás, mas eles não estavam cientes delas. Foi um lembrete para mim de como é importante para a igreja estar ciente de sua própria história.

Guinness: E da história ocidental e da história mundial. Eu amo o famoso ditado de Churchill que, quanto mais atrás você olha, mais adiante você pode ver. Aqueles que conhecem a história têm sabedoria no presente. Uma das grandes contribuições da história é nos dizer o que não vai acontecer. Muitas pessoas acreditam em coisas bizarras porque não têm o realismo de uma visão bíblica da história que apenas nos diz o que não vai acontecer.

Preaching: Existem pregadores e autores evangélicos ponderados que adotam elementos da cultura popular e tentam estabelecer conexões com o evangelho em termos de comunicação. Como você responde a isso? Existe uma maneira de fazer isso de adequadamente?

Guinness: Absolutamente. Se você olhar para o apóstolo Paulo – eu me torno um judeu para os judeus, gentio para os gentios, todas as coisas para com todas as pessoas a fim de ganhá-las para Cristo. Existem quatro fases da boa comunicação. A fase um é sempre identificação. Nós nos tornamos um com as pessoas com quem estamos tentando nos comunicar. Você tem que estar perto o suficiente para ser ouvido. Esse, claro, é o princípio da encarnação. Deus se torna um ser humano para conversar com os seres humanos. Paulo se torna judeu para os judeus. Devemos nos tornar um membro da geração X para os que são da geração X, um Boomer para os Boomers, um hippie para os hippies, um Hotentote para os Hotentotes e assim por diante. Assim, Paulo abre a Torá na sinagoga e, no Monte de Marte, cita poetas cretenses. Não há nada de errado em citar Matrix.

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O primeiro passo é a identificação, mas o segundo passo é a persuasão – é necessário abrir a mente das pessoas em relação à natureza errada daquilo em que estão envolvidos e à natureza correta acerca do que Cristo quer que eles conheçam. Essa é uma reviravolta que é subversiva. Muitas pessoas usam essas ilustrações – elas começam no lugar certo, mas permanecem lá. Eu não assisti Matrix, mas li um pouco sobre o filme. Claramente, está muito mais próximo do gnosticismo do que do evangelho. Ouvi muitos pregadores pregá-lo como se estivessem falando do evangelho. Uma ingenuidade incrível. Portanto, use o Matrix, mas vire-o de cabeça para baixo, mostrando o contraste, e faça-o apontar para o evangelho. Identificação é o primeiro passo, persuasão é o segundo passo.

Preaching: Nós existimos em uma era cultural em que todo este conceito de relativismo está presente – a ideia de verdade é tão nebulosa que poderia significar qualquer coisa. Como os pregadores em seu papel profético encontram uma maneira de atravessar essa cosmovisão para poder comunicar a verdade do evangelho?

Guinness: Eu acho que há dois argumentos para a verdade sobre e contra o relativismo pós-moderno. Um estilo de argumentação é para as pessoas que realmente acreditam na verdade, mas ficaram um pouco confusas. Elas não se opõem à verdade, apenas acabaram se tornando um pouco descuidadas. O argumento menor para eles é que apenas a verdade eleva a fé acima do pântano das coisas menores. Em outras palavras, a fé cristã não é verdadeira porque eu sinto, porque funciona ou é verdade para mim. Não, ela é verdadeira para mim porque é verdade. Ela funciona porque é verdade. Não é verdade porque funciona. Eu sinto isso porque é verdade. Não é verdade porque sinto isso. Somente a veracidade do evangelho eleva-o acima do pântano de tantas dessas crenças inadequadas hoje em dia.

A outra coisa é que a verdade para judeus e cristãos não é uma questão de filosofia. Não precisamos discutir a teoria da correspondência da epistemologia. A verdade é uma questão do caráter de Deus. Ao contrário dos hindus, para quem Deus é impessoal, nosso Deus é pessoal e tem caráter. Ele é verdadeiro. Ele fala verdadeiramente. Ele age verdadeiramente. Então, quando defendemos a verdade, estamos defendendo o próprio Senhor. Nós não estamos olhando para a teologia. Esses são dois argumentos para as pessoas que acreditam, mas tornaram-se um pouco descuidadas.

Em seguida, há dois argumentos para as pessoas que se opõem a isso. Muitas de nossos secularistas, francamente, simplesmente não acreditam nisso. Há um argumento negativo e positivo aqui. O argumento negativo é: sem verdade só há manipulação. Há muitas pessoas que pensam que o relativismo é legal e moderno e politicamente correto – elas não querem ser manipuladas, mas, sem verdade, tudo é poder e só há manipulação. A verdade é o segredo para ser capaz de resistir à manipulação, quer seja Alexander Solzhenitsyn contra os soviéticos, um patrão tirânico ou um pai que está supercontrolador. Precisamos da verdade para resistir à manipulação.

Mas o argumento mais elevado é: sem verdade não há liberdade. Agora, como liberdade, não é apenas liberdade, é liberdade para. Liberdade para ser livre, liberdade para ser, você precisa saber quem você é. Você tem que saber a verdade. Eu não sou um camelo. Eu não sou mulher. Eu sou um homem. Eu não sou você. Sou eu mesmo. Somente a verdade de quem eu sou diante de Deus me permitirá ser livre para ser o que Deus quer que eu seja. Essa, claro, é a ideia de Jesus. Se você seguir meu ensinamento, você saberá a verdade e a verdade o libertará. Não há liberdade sem verdade. Todo mundo realmente quer ser livre. Portanto, não queremos atacar o pós-modernismo. Isso não funciona. Temos de apresentar argumentos que desvendam a importância da verdade de maneiras muito novas e vivas e as pessoas dizem: “Uau”.

Preaching: Grande parte do evangelicalismo hoje vive no nível da experiência e do sentimento, e isso se reflete em um “púlpito terapêutico”. Como respondemos a isso?

Guinness: Temos que distinguir o evangelho disso. Muitos pastores, pelo menos as pesquisas mostram, seguiram a rota de mudar seu foco de “religião”, vista como negativa, para “espiritualidade”, que é positiva. Isso é desastroso. Nossa religião pode ser hipócrita, dura, negativa e todas essas coisas ruins. A espiritualidade é teologicamente vaga como uma névoa e totalmente pouco exigente em termos éticos. O evangelho é muito claro sobre a verdade e exige muito em termos éticos. Temos que ser tão claros quanto Dietrich Bonhoeffer ao distinguir o verdadeiro evangelho do discipulado das coisas que levaram ao nazismo. Os evangélicos, mais uma vez, em sua busca amigável, sobre aquilo dá a sensação de bom, aquilo que o satisfaz etc., etc., foram por este caminho que é absolutamente desastroso.

Agora temos que mostrar a diferença. Temos que zombar da espiritualidade. Temos que zombar disso. Isso é tão insano quanto alguns dos adoradores de Baal. Existem três marcas da religião deformada no mundo moderno: uma é altamente individualista e perdeu todo o senso de comunidade. A segunda é que ela perdeu a autoridade e se encontra em uma espécie de humor do tipo “faça você mesmo”. Tanto faz. A terceira é que ela perdeu a exclusividade e se tornou sincretista. Temos evangélicos que acreditam na ressurreição e na reencarnação, leem suas Bíblias e seu horóscopo e encaixam todas essas crenças. Nós temos que ser como o profeta Elias. Não está sentado em cima do muro. Você quer seguir a Deus? Siga a Deus. Você quer seguir Baal? Siga Baal. Forçar as pessoas a serem verdadeiras com essas coisas que sabemos que são malucas, é absolutamente desastroso para elas.

Preaching: Basicamente, precisamos que os pastores confrontem a cultura.

Guinness: Absolutamente, absolutamente. Lance o anzol, mas depois balance-o e confronte-o. O primeiro passo, é a identificação – esse é o anzol. A etapa dois é a persuasão – siga em frente.

Preaching: Que conselho você dá aos pregadores que querem fazer isso? Quais são algumas maneiras de ajudá-los a se apossarem dessas ideias?

Guinness: Lembro-me que quando estive em Oxford li um artigo que me agora me arrependo de não ter guardado. Era um artigo sobre pregação. Eu não sou pregador. Mas o artigo argumentava que a pregação poderosa que mudou as comunidades não era a pregação que tinha a doutrina correta em sua essência. Era a pregação em que a doutrina correta estava em tensão consciente com o diagnóstico cultural. “Então a Palavra diz isso, o mundo faz isso”. A congregação fica com um profundo sentimento de que há uma tensão aqui – “tenho que fazer alguma coisa”.

Eu diria aos pregadores que primeiro tenham a confiança de seu chamado. Para muitos pregadores de hoje, o status social entrou em colapso. As expectativas se tornaram extremas, onerosas. Esperam que eles sejam tudo. Muitos pregadores estão sobrecarregados; eles perderam a confiança em serem pregadores. Não há maior privilégio no mundo do que levar a Palavra de Deus ao povo de Deus: “Assim diz o Senhor”. Cumprindo essa Palavra do Senhor, aos olhos do Senhor, ao povo do Senhor. Precisamos de pregadores que recuperem isso. A pregação expositiva neste país – com algumas poucas exceções – está em tempos difíceis. Precisamos recuperar a grandeza da pregação, a pregação que envolve o mundo. Aqui está o mundo, aqui está o evangelho. Siga em frente.

Traduzido e revisado por Jonathan Silveira.

Texto original: The Idolatry Of Relevance: An Interview With Os Guinness

Os Guinness é um palestrante de renome internacional, analista de questões relacionadas a fé e cultura e autor de vários livros, incluindo Time for Truth, The Call, e Dining With the Devil. Inglês, nasceu na China, formou-se nas universidades de Londres e Oxford e atualmente mora em Washington, DC, onde é membro sênior do Trinity Forum.
Nesse livro, Os Guinness investigou a natureza da fé revolucionária ao contrastar as revoluções seculares, como a Revolução Francesa, com a revolução impulsionada pela fé do Israel antigo. Ao final, ele concluiu que a história do Êxodo revela uma visão de liberdade mais elevada, mais rica e mais profunda que já existiu.

O contraste que Guinness propõe entre "Paris" e "Sinai" revela uma abordagem que distingue dois tipos de revolução e suas diferentes perspectivas acerca da natureza, da igualdade e da liberdade humanas. Ao tornar o Êxodo a Carta Magna da humanidade, o autor propõe uma visão construtiva de uma sociedade moralmente responsável, de pessoas independentes e livres, e que celebram uma aliança umas com as outras, visando a justiça, a paz, a estabilidade e o bem comum da comunidade.

Publicado por Vida Nova.

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