jetpack-social
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/cruciforme/wp-includes/functions.php on line 6114instagram-feed
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/cruciforme/wp-includes/functions.php on line 6114updraftplus
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/cruciforme/wp-includes/functions.php on line 6114wordpress-seo
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/cruciforme/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /var/www/cruciforme/wp-includes/functions.php on line 6114“Pois a ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens, que impedem a verdade pela sua injustiça. Pois o que se pode conhecer sobre Deus é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, seu eterno poder e divindade, são vistos claramente desde a criação do mundo e percebidos mediante as coisas criadas, de modo que esses homens são indesculpáveis; porque, mesmo tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; pelo contrário, tornaram-se fúteis nas suas especulações, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e substituíram a glória do Deus incorruptível por imagens semelhantes ao homem corruptível, às aves, aos quadrúpedes e aos répteis. É por isso que Deus os entregou à impureza sexual, ao desejo ardente de seus corações, para desonrarem seus corpos entre si; pois substituíram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso, Deus os entregou a paixões desonrosas. Porque até as suas mulheres substituíram as relações sexuais naturais pelo que é contrário à natureza.” (Romanos 1.18-26, Almeida Século 21)
O versículo 18 começa com um “pois”. Portanto, ele nasce dos versículos 16 e 17; Paulo está nos mostrando que o evangelho é necessário, não pela simples razão de me fazer feliz, mas porque existe uma coisa chamada “…a ira de Deus…” que eu enfrento. A confiança, a alegria e a paixão pelo evangelho repousam sobre a premissa de que todos os seres humanos se encontram, longe do evangelho, debaixo da ira de Deus. Se você não compreende a ira de Deus ou não crê nela, o evangelho não o empolgará nem comoverá, nem o investirá de poder.
A ira de Deus — sua ira estabelecida, justa, correta — é uma realidade presente, segundo Paulo. Ela “…se revela…” (v. 18). Ele não diz: “A ira de Deus será revelada”. É possível contemplá-la agora, hoje. Isso sugere duas questões: “Por que ela se revela?” e “Como ela se revela?”. O restante do capítulo dá a resposta do apóstolo.
O que atrai a ira de Deus é “…impiedade e injustiça…”. A primeira fala do desprezo pelos direitos de Deus, da destruição de nossa relação vertical com ele. A segunda se refere ao desprezo dos direitos humanos ao amor, à verdade, à justiça etc., de uma destruição das relações horizontais com aqueles que nos cercam. É a ruptura do que Jesus disse serem os dois maiores mandamentos: amar a Deus e amar ao próximo (Mc 12.29-31).
Paulo de imediato antevê a objeção da ignorância das pessoas. Como Deus pode responsabilizar alguém por não conhecer um Deus de quem nunca ouviu falar? Mas, na verdade, ninguém é ignorante, porque todos conhecem a verdade e a suprimem. O versículo 21 chega a ponto de dizer que todos os seres humanos, em toda parte e em todos os tempos, “…[têm] conhecido a Deus…”. Conhecem-no porque “…Deus é manifesto entre eles […] desde a criação do mundo…” (v. 19,20). A criação nos mostra que há um Deus de “…eterno poder e divindade…”. Todos sabemos, independentemente do que dizemos a nós mesmos, que existe um Criador, de quem somos dependentes por completo e a quem devemos prestar contas. Não podemos saber tudo sobre Deus com base na criação — seu amor e sua misericórdia, por exemplo —, mas podemos deduzir que quem criou isto aqui deve ser um ser de grandeza inimaginável. E nós fazemos essa dedução, mas depois suprimimos essa verdade.
Essa é uma das coisas que a contracultura ensina. Os cristãos, a quem o Espírito de Deus tem mostrado a verdade sobre o Criador, costumam ser acusados de serem reprimidos — de não serem autênticos ou não se abrirem para o mundo como ele de fato é. Mas Paulo diz que, naturalmente, todos somos reprimidos, enquanto sufocarmos a verdade de que existe um Deus criador. Pois, enquanto suprimirmos essa verdade, jamais compreenderemos quem somos ou por que o mundo é como é. O que reprime não é o reconhecimento do direito do Criador ser o governante; é a autossupressão de se viver negando essa verdade.
Em seguida, Paulo diz: “…esses homens são indesculpáveis”. Todo ser humano conhece a Deus, mas nenhum glorifica a Deus ou lhe dá graças (v. 21). Isso soa como se a ira de Deus viesse em resposta a nossos maus modos: esquecemo-nos de dizer “obrigado”! Mas Paulo sustenta que somos plagiadores. Pegamos o que Deus fez e damos a entender que é obra nossa. Não reconhecemos nossa dependência de quem nos criou, mas alegamos ser independentes. Preferimos a ilusão de que podemos dar as cartas e decidir o que é certo ou errado em vez da realidade do que nos fala a criação. Não somos gratos porque não aceitamos o que ele fez em nosso favor e à nossa volta.
O que acontece quando as pessoas se recusam a reconhecer Deus e dele depender como Deus? Não paramos de adorar. Apenas mudamos o objeto da nossa adoração. Paulo diz que as pessoas “…substituíram a glória do Deus incorruptível por imagens semelhantes ao homem corruptível, às aves, aos quadrúpedes e aos répteis” (v. 23). Vemos essa substituição de novo nos versículos 25, 26 e (de maneira implícita) 27. Em vez de adorarem o verdadeiro Deus, as pessoas “…adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador…” (v. 25).
Temos de adorar alguma coisa. Fomos criados para adorar o Criador. Portanto, se o rejeitarmos, adoraremos alguma outra coisa. Somos criaturas “télicas” — pessoas com um propósito; temos de viver por alguma coisa. Tem de haver algo que prenda nossa imaginação e nossa lealdade, que seja o local de descanso de nossas esperanças mais profundas e para o qual nos voltemos de modo a aquietar nossos temores mais intensos. Seja o que for essa coisa, nós a adoramos, e por isso a servimos. Ela passa a ser o que dá de mais fundamental para nós, aquilo sem o que não conseguimos viver que define e valida tudo que fazemos.
Como Deus criou um mundo “…muito bom” (Gn 1.31), todas as coisas criadas são boas em si mesmas. Acertamos ao considerá-las admiráveis e desfrutarmos delas. O problema surge quando devotamos a qualquer coisa criada um afeto excessivo — o afeto supremo que só Deus merece e tem o direito de exigir. Paulo está dizendo que o coração humano ama converter algo bom em deus.
Essa substituição em nossa adoração e serviço destrói a ordem criada. Os humanos são feitos de forma única à imagem de Deus, para se relacionarem com ele no mundo dele e refletirem sua natureza e correção moral para o mundo (veja Gn 1.26-29). No versículo 1.23 de Romanos, a humanidade dá as costas para Deus e passa a se curvar às coisas criadas. Não adoramos o que é imortal; adoramos o que é feito. Em outras palavras, não adoramos o Criador; adoramos a criatura (v. 25).
Do ponto de vista de Deus, esse é o comportamento dos “…loucos” (v. 22). Como isso aconteceu? Como Paulo diz em poucas palavras muito reveladoras no versículo 21, ao se recusarem a tratar Deus como Deus e viver na dependência dele e em gratidão a ele, “…tornaram-se fúteis nas suas especulações, e o seu coração insensato se obscureceu”. A fim de suprimir a verdade de que existe um Criador, as pessoas se entregaram a saltos irracionais e a non sequiturs. Uma vez que a verdade fundamental acerca de Deus está sendo reprimida e ignorada, a vida não pode ser vivida de maneira coerente.
Veja a moralidade, por exemplo. Se não existe um Deus com direito de dizer o que é certo e errado, como haveremos de encontrar absolutos morais? É muita arrogância afirmar: “Isso é errado porque eu digo que é”. Mas, no fim, ninguém quer dizer: “Isso é errado porque a sociedade diz que é”. Afinal de contas, a maior parte da sociedade norte-americana (e europeia) considerou que não era errada a escravidão trezentos anos atrás. Se a moralidade é definida pela maioria, a escravidão não era errada na época! Se não há um Deus, não há um lugar onde localizar a autoridade que estabeleça um absoluto moral. Mas ninguém vive como se não existisse certo e errado (podem dizer que sim, mas clamam por justiça quando eles ou um ente querido é “prejudicado”).
Greg Bahnsen, filósofo e ministro cristão do século 20, formula isso de maneira brilhante em um debate (bem como em seu livro Presuppositional apologetics stated and defended [Apologética pressuposicionalista apresentada e defendida]):
Imagine uma pessoa que entre aqui hoje à noite e argumente “o ar não existe”, mas continue a respirar enquanto discute. Ora, intelectualmente, os ateus continuam a respirar — continuam a usar a razão e a tirar conclusões científicas [o que pressupõe um Universo ordenado], a fazer julgamentos morais [o que pressupõe valores absolutos] —, mas a visão ateísta das coisas, em teoria, deveria tornar impossível esse ‘respirar’. Estão respirando o ar de Deus o tempo todo em que argumentam contra ele.[1]
Paulo construiu uma argumentação substancial a favor da justiça e do mérito da ira de Deus — prosseguirá com isso nos versículos 26 a 32. Todavia, no versículo 24, descobrimos como a ira de Deus é revelada no presente.
O juízo de Deus sobre a impiedade e a injustiça consiste em nos conceder o que desejamos. Ele “…os entregou […] ao desejo ardente de seus corações…”. As coisas que servimos não nos libertarão; antes, elas nos controlam. Precisamos tê-las. E como o nosso coração foi feito para estar centrado em Deus, que é o único provedor verdadeiro de satisfação e significado, ele não se satisfaz — sempre sentimos a necessidade de mais, ou de alguma outra coisa. A tragédia da humanidade é lutarmos pelo que poderíamos apenas receber e desfrutar e não conseguirmos encontrá-lo. Suprimimos a verdade que nos libertaria e satisfaria.
A palavra que a NIV traduz por “desejos pecaminosos”, e a ESV por “desejo ardente” é epithumia. Literalmente, significa “desejo excessivo”, um impulso, um anseio que toma conta de tudo. Isso é revelador. O principal problema do nosso coração não é tanto o desejo por coisas ruins, mas nosso desejo excessivo por coisas boas — o fato de convertermos coisas criadas e boas em deuses, objetos da nossa adoração e serviço.
E a pior coisa que pode nos acontecer é que nos seja concedido o que nosso coração deseja em excesso. Pegue um homem que adora sua profissão. Ele a serve como aquilo que fará dele “alguém”. Ela o impulsiona e lhe domina a vida — tudo o mais gira ao seu redor. A pior coisa que pode acontecer a esse homem é uma promoção! Ela lhe permite continuar a se achar capaz de encontrar bênção em seus desejos excessivos. Ela o convence de que essa é a “vida real”. Capacita-o a esquecer das ruínas em que está transformando o casamento, a família, as amizades, a fim de buscar seu deus.
Oscar Wilde resumiu bem: “Quando os deuses querem nos punir, atendem às nossas orações”. Essa é a ira de Deus: conceder-nos o que queremos demais, entregar-nos à busca das coisas que colocamos no lugar dele. A pior coisa que Deus pode fazer aos seres humanos no presente é permitir que atinjam seus objetivos idólatras. Seu juízo consiste em nos entregar ao poder destruidor da idolatria e do mal. O fato de pecarmos cria tensões e pressões na estrutura da ordem que Deus criou. Em vez de bênção, nosso pecado provoca rupturas em sentido espiritual, psicológico, social e físico.
A grande tragédia é que escolhemos isso para nós mesmos. Deus nos permite entrar pela porta que escolhemos.
Existe alguma rota de fuga, algum modo de voltar atrás? Teremos de esperar o capítulo 3 de Romanos para enxergar mais uma vez a joia deslumbrante do evangelho. Mas o versículo 25 nos fornece, sim, uma pista: “…o Criador [deveria ser] bendito para sempre. Amém”. A rota de fuga é parar de suprimir a verdade e louvar a Deus como Deus — depender dele e aceitar seu direito de reinar sobre nós; desejá-lo mais do que desejamos qualquer coisa que ele criou.
Onde encontramos a motivação, a liberdade e o poder para isso? Só os encontramos no evangelho, onde descobrimos que mesmo sendo naturalmente ímpios e injustos, em Cristo somos amados, aceitos e abençoados. Ao compreendermos o evangelho — ao aceitarmos que nosso Senhor é também nosso Salvador —, somos conduzidos a encontrar liberdade no louvor ao Criador. Como sabemos que compreendemos e recebemos o evangelho? Quando aquilo que mais almejamos na eternidade é louvá-lo para sempre.
____________
[1] Braselton: American Vision, 2010.
Trecho extraído e adaptado da obra “Romanos 1-7 para você“, de Timothy Keller, publicada por Vida Nova: São Paulo, 2017, pp. 30-37. Traduzido por Jurandy Bravo. Publicado com permissão.
Timothy Keller nasceu e cresceu na Pensilvânia, com formação acadêmica na Bucknell University, no Gordon-Conwell Theological Seminary e no Westminster Theological Seminary. Ele é pastor da Redeemer Presbyterian Church, em Manhattan. Já esteve na lista de best-sellers do New York Times e escreveu vários livros, entre eles A fé na era do ceticismo, Igreja centrada, A cruz do Rei, Encontros com Jesus, Ego transformado, Justiça generosa, entre outros, todos publicados por Vida Nova. |
Junte-se ao dr. Timothy Keller na exposição da primeira metade da Carta de Paulo aos Romanos. Entenda seu significado e veja como ele transforma nosso coração e nossa vida hoje. Escrito para pessoas de todas as idades e etapas da vida, de pesquisadores a novos crentes, de pastores a professores, este material pode ser utilizado de diversas formas e foi feito para você... • LER E ESTUDAR, servindo de guia para essa carta maravilhosa, levando-o a valorizar o grande dom da justifi cação diante de Deus; • MEDITAR E SE ALIMENTAR, proporcionando um devocional diário que o ajudará a crescer em Cristo à medida que for lendo e meditando nessa porção da Palavra de Deus; • ENSINAR E LIDERAR, oferecendo uma série de apontamentos que lhe permitirão explicar, ilustrar e aplicar a primeira metade de Romanos quando estiver pregando ou liderando um estudo bíblico. Publicado por Vida Nova. |