Três razões por que pastores devem estudar história da Igreja | Matt Emerson

Os cristãos e a política | Timothy Keller
11/nov/2019
Dois caminhões voando: as limitações da (v)erdade | Lucas Freitas
14/nov/2019
Os cristãos e a política | Timothy Keller
11/nov/2019
Dois caminhões voando: as limitações da (v)erdade | Lucas Freitas
14/nov/2019

Mosteiro da Batalha, Portugal.

Os cursos de história da igreja não são prioritários nas listas de matérias obrigatórias de muitos estudantes de programas de MDiv. Seguramente não eram no meu.

Mas o que eu descobri – através de minhas leituras e orientação do meu professor de história da Igreja e orientador de doutorado é que o estudo da história da Igreja pode desempenhar um papel importante no discipulado de um crente. Ele também é particularmente útil para treinar pastores.

Aqui estão três razões:

1. O ministério pastoral é um ministério antigo

Pastores existem desde o início da Igreja. Na verdade, o ministério pastoral remonta a Jesus – o Bom Pastor, e é antecipado no ministério de reis e profetas no Antigo Testamento.

Paulo, Tiago, Pedro e João eram pastores. Muitos dos principais escritores e pensadores dos períodos pós-apostólico, da igreja primitiva, medieval, da reforma e pós-reforma eram pastores.

A leitura das obras dessas figuras dá um vislumbre de como pastores têm feito seu trabalho há mais de 2000 anos. Os obstáculos que você enfrenta não são novos.

O pecado não é novo, a graça não é nova e o ministério do Espírito ao Seu povo através dos pastores não é novo.

As pessoas sempre escolheram pecar, sempre precisaram ouvir uma palavra de conforto e sempre precisaram de pastores (e congregações) para se alegrar quando eles se alegram e chorar quando eles choram.

2. O ministério pastoral é um ministério teológico

Quando leio os teólogos da igreja primitiva, os pensadores medievais ou os pastores da reforma, torna-se imediatamente óbvio que as questões teológicas difíceis que eles estavam tratando eram questões pastorais.

Por que Atanásio se esforça ao máximo para defender a plena divindade do Filho? Em última instância, porque essa doutrina está na Bíblia, sim. Mas, para Atanásio, esse ensino bíblico é, em primeiro lugar, pastoral.

Se Jesus não é plenamente Deus, então ele não pode trazer-nos à comunhão como o Pai. Se Jesus não é plenamente Deus, então ele não pode nos santificar.

Se Jesus não é plenamente Deus, então nosso batismo em seu nome é inválido. Se Jesus não é plenamente Deus, então adoramos um ídolo no domingo de manhã e experimentaremos tormento eterno.

O mesmo se aplica a Calvino, Lutero ou os outros reformadores no século XVI. A luta teológica com Roma a respeito da doutrina da justificação foi, em última análise, pastoral. Os reformadores estavam preocupados que a doutrina da justificação de Roma colocasse um fardo indevido sobre o povo de Deus.

Leia também  Recuperando o lar | John Cuddeback

3. O ministério pastoral é um ministério litúrgico

Uma outra ênfase dos teólogos da igreja primitiva, medieval e da reforma é que o que acontece no domingo de manhã no culto corporativo é tão pastoral e teológico quanto o que acontece entre as manhãs de domingo.

O ministério pastoral pré-moderno incluía a reflexão profunda sobre os ritmos do culto corporativo, as práticas repetidas que nós participamos em conjunto e que são mencionadas por outras tradições como “liturgia”.

Ler sobre história da Igreja me inspira como pastor a pensar melhor sobre o que estamos fazendo juntos quando nos reunimos no domingo, visando a saúde espiritual do meu povo.

As práticas que repetimos toda semana estão edificando o corpo de Cristo? Essas práticas aprofundam nossa compreensão das Escrituras? Elas estão promovendo a união com Cristo e uns com os outros pelo Espírito?

O ministério pastoral tem uma longa tradição na comunhão dos santos. Sempre que leio a história da Igreja sou encorajado porque vejo que o que faço em minha igreja e minha vocação não é novo.

Deus tem trabalhado continuamente na vida de sua igreja, em parte, por meio dos pastores que ele chama. Podemos aprender com aqueles que nos precederam na vocação pastoral a respeito do cuidado pastoral, discipulado teológico e formação litúrgica.

Traduzido por Tiago Silva e revisado por Jonathan Silveira.

Texto original: 3 Reasons Why Pastors Should Study Church History. Facts & Trends.

Matt Emerson é marido, pai, professor auxiliar de religião e diretor do Master of Arts em Christian Studies and Intercultural Studies Programs da Hobbs College of Theology and Ministry of Oklahoma Baptist University.
Como se propôs a fazer uma síntese da história da igreja, o autor trata do assunto de forma simples e direta, em parágrafos curtos, preparados para dar uma visão sintética e precisa sobre a época ou o tema que analisam. Também é digno de nota o precioso valor didático desta obra, uma vez que não é apenas um roteiro seguro para o estudo do tema, mas também uma rica fonte de informações sobre livros em português e até mesmo filmes e documentários relacionados ao assunto estudado. O autor não só sugere os títulos dos filmes como os comenta e classifica. São muito úteis também os quadros e os mapas que inclui ao longo das páginas.

Publicado por Vida Nova.

Deixe uma resposta