Uma expedição em busca da verdade – Parte 1 | Fábio Mendes

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Expedição em busca da verdade – Parte 1

Esta é uma série intitulada “Expedição em busca da Verdade”, que tem por objetivo fornecer uma perspectiva racional e filosófica a respeito da existência de Deus e da veracidade do Cristianismo. Clique aqui para conferir todos os textos da série.

Introdução à minha jornada

Eu gostaria de convidar vocês para uma jornada. Uma jornada em busca da verdade. Uma aventura explorando diversas afirmações da verdade. Se olharmos ao nosso redor, veremos que a verdade não está clara. Diversas religiões, diversos meios de pensamentos, nos levam a concluir que é impossível que tudo o que escutamos seja verdade. Muitas delas são contraditórias, de forma que não podem ser mutuamente corretas.

Eu fiz essa jornada há alguns anos e gostaria de compartilhar essa experiência. Dois pontos na minha vida me motivaram a essa jornada. O primeiro deles aconteceu há alguns anos quando era consultor e viajava muito. Em uma dessas viagens, fui abordado por um colega de trabalho que me pegou de surpresa quando se apresentou como muçulmano de uma denominação chamada Ahmadiyya. São originários da Índia e tecnicamente não são considerados parte dos muçulmanos pelos mais tradicionais.

Esse rapaz, sabendo que eu era crente, me abordou de uma forma muito tranquila e educada questionando a ideia de Jesus ter sido Deus na terra. Mantendo a tradição muçulmana, defendia que Deus não poderia se tornar humano, de forma que Jesus não podia ser Deus. Além do mais, por crer que Jesus era um profeta de Alá, e por considerar que quem morria na cruz era considerado amaldiçoado, acreditava que Jesus não havia morrido na cruz. Teriam substituído o corpo dele.

Confesso que ele me pegou de surpresa e eu não estava preparado para essa conversa. Não tinha respostas claras e confesso que ele abalou minha fé. Minha mente ficou confusa com a possibilidade de crer em algo que não era verdade. Os seus argumentos pareciam muito sólidos. Ele apresentava versículos bíblicos e tinha um conhecimento aparentemente profundo das Escrituras. Isso me deixou confuso por um bom tempo. No entanto, o tempo passou e voltei no “ponto de equilíbrio” sem muita análise. Simplesmente deixei que a inércia do meu contexto cristão me colocasse de volta onde eu estava sem uma análise e conclusão racional.

Alguns anos se passaram. Um segundo momento ocorreu. Uma pessoa muito próxima de mim, a quem amo muito, um dia me confessou que havia se tornado ateu. O choque foi grande. Eu não esperava por isso. No entanto, o choque foi maior quando escutei seus argumentos para essa decisão. Notei que ele havia analisado muito bem a questão. Não foi uma decisão “irracional”. Ele tinha argumentos fortes e detalhados. Havia sido “educado” por um ateu no YouTube que, quando escutei, fiquei muito perplexo. A perplexidade originou-se pela força dos seus argumentos. Isso coincidiu com minha frustração com vários meios evangélicos, pois muitos não tratavam de várias dessas questões controvertidas. Os jovens estavam sendo atacados com esses argumentos e não tinham onde recorrer. Ou aceitavam o que criam “pela fé e tão somente pela fé” ou teriam que ceder a esses argumentos. Será que, para ser crente, a solução deveria ser ignorar esses argumentos, taxá-los como falta de fé e continuar crendo?

O meu problema com esse raciocínio é que ele é válido para QUALQUER crença. Se creio em Saci Pererê, Mula sem Cabeça ou Fada Madrinha, o que tenho que fazer é simplesmente ignorar evidências e crer na fé que tenho, independentemente de qualquer coisa. Isso me incomodava, pois, com esse tipo de cosmovisão, o conhecimento da verdade se tornaria uma loteria, um tiro no escuro em que a sorte determinaria se você estava certo ou não. Não haveria meios de argumentar nada. Você simplesmente determina uma crença, corre com ela para o gol e ignora todo o resto. Algo não se enquadrava para mim. A busca da verdade seria uma questão de sorte ou acaso?

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Havia, ainda, outro problema que me incomodava bastante: o fato de eu ser crente por muitos anos. Não sei o porquê, mas isso, por alguma razão, criava uma barreira para uma análise mais profunda. Eu teria que fazer perguntas básicas e questionamentos que eu considerava infantis para fazer essa busca. Você já foi apresentado a alguém e depois esqueceu o nome da pessoa? Você já percebeu o quão difícil é lidar com essa situação à medida que o tempo passa? Parece que existe uma barreira para se perguntar o nome da pessoa depois de tanto tempo. O mesmo ocorria no meu caso questionando algo depois de tanto tempo de crente. Para mim, isso se parecia como perguntar o nome de alguém depois de haver passado um tempo.

Para que eu superasse essa barreira, o que eu precisava era de algo muito simples: humildade. Humildade para saber que eu havia seguido muito tempo em “piloto automático” e precisava tomar controle dessa situação. Se eu fosse continuar abraçado à fé, teria que fazê-la MINHA FÉ. Teria que passar pelo processo de considerar, informar-me e tornar essa fé MINHA e não do meu pai, da minha mãe ou da minha igreja. Eu teria que abraçar essa fé, apoderar-me dela e ser completamente responsável pela minha decisão. Fazemos isso para diversas áreas de nossa vida quando decidimos nossa profissão, namorada, etc.

Se você já se sentiu ou se sente nessa posição, gostaria de convidar você para ir nessa jornada comigo. Para tornar a fé que você tem SUA, para abraçá-la e torná-la parte de quem você é. E para finalmente fazer o que nos fala 1 Pedro 3:15, “Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês”.

Arrume as malas então e vamos lá! Pretendo abordar temas como a existência de Deus, o cânon bíblico (como a lista de livros da Bíblia foi decidida), outras religiões, etc. Espero abordar temas que vocês estão enfrentando ou enfrentarão. Preparem-se para acompanhar-me na minha expedição em busca da verdade.

Clique aqui para conferir a Parte 2. Todos os textos aqui.

Fábio Mendes mora na Califórnia, EUA. É bacharel em Ciências da Computação pela Universidade Bethel, em Minnesota, e MBA em gerenciamento de tecnologia pela University of Phoenix. Atualmente, exerce a função de Arquiteto Sênior de Sistemas para uma seguradora internacional. Membro da igreja Christ Fellowship, em Miami, dedica-se ao pensamento e à filosofia cristã com ênfase para jovens.

1 Comments

  1. […] esta série estabelecendo ser importante buscar a verdade (veja aqui). Estabeleci o papel da fé em qualquer posicionamento que tomasse (veja aqui), determinei que um […]

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