“Inquietude” criatural ao longo das Confissões | Gavin Ortlund

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Agostinho de Hipona (354 d.C. — 430 d.C.)

O tema do “descanso” criatural não se limita às Confissões de Agostinho. Por exemplo, em seu comentário finalizado de Gênesis, ele faz referência às criaturas como boas, mas ainda imperfeitas, com necessidade de parti­cipar do “descanso tranquilo” em Deus. Agostinho insiste que a perfeição de cada coisa criada não ocorre no todo de que ela é parte, mas naquele de quem seu ser se origina.[1] Ele fala de cada coisa criada “chegando final­mente ao descanso” em Deus como a realização “do objetivo de seu próprio momentum”. O “momentum” que Agostinho tem em mente é gerado pela condição de criatura — a inclinação inerente de todas as criaturas para Deus. Assim, Agostinho prossegue:

Todo o universo da Criação […] tem um terminus em sua própria natureza, outro, no objetivo que ele tem em Deus. […] Não pode chegar a nenhum des­canso estável e devidamente consolidado, senão no descanso tranquilo daquele que não precisa fazer nenhum esforço para obter algo além de si mesmo a fim de nisso descansar. Por essa razão, enquanto permanece em si mesmo, Deus conduz para si tudo o que dele procede, como um bumerangue, de forma que toda criatura encontre nele o terminus final e objetivo de sua natureza, não para ser o que ele é, mas para encontrar nele o lugar de descanso em que pre­serve o que por natureza ela é em si mesma.[2]

Aqui, Agostinho distingue entre dois termini, isto é, dois objetivos dife­rentes das criaturas: um na própria natureza delas, e outro, o estado final de entrar no descanso de Deus. Ele enfatiza a incompletude do terminus das próprias criaturas, afirmando que elas carecem de “descanso estável e devidamente consolidado”, e contrasta isso com a autossuficiência de Deus como aquele que descansa em si mesmo, aquele que não precisa de nada além de si mesmo para encontrar descanso. Além disso, surpreen­dentemente, Agostinho retrata Deus trabalhando de modo contínuo em relação a essa divisão ontológica, guinando tudo o que ele criou de volta para ele mesmo, a fim de que encontrem descanso nele. Apesar do tradutor Edmund Hill ter acrescentado a metáfora de um bumerangue, ela capta bastante do sentido de Agostinho: Deus cria criaturas imperfeitas com inerente necessidade dele e depois os “faz guinar” de volta para ele. Portan­to, a Criação deve retornar para sua fonte a fim de se encontrar. Toda cria­tura precisa retornar ao seu Criador, como um bumerangue, para preservar sua própria natureza.

Ora, quando esse descanso começou e quando termina? Agostinho considera que a Criação deu início à atividade de participar do descanso do Criador depois da tarde do sexto dia, mas também sustenta que ela conti­nuará se desenvolvendo até encontrar o descanso seguro e definitivo nele. Nesse estado definitivo, toda a Criação permanecerá para sempre, uma vez que tudo o que tem existência somente a tem mediante a participação em Deus: “Considerando o que todo o universo criado será, não importa por quais mutações tenha passado, certamente não serão nada, todo o universo criado será, por essa razão, sempre permanente em seu criador”.[3]

Pensemos em uma analogia para essa forma de pensar sobre a Criação. Vamos supor que um artesão está produzindo uma peça de cerâmica. Ele conclui a obra, mas ainda não a submeteu às fases de cozedura e esmaltação, que transformam a peça de artefato quebrável e frágil em cerâmica usável e durável. Em um sentido, a peça está completa; em outro, não. Ela foi com­pletamente moldada, mas ainda não atingiu seu devido objetivo. Agostinho entende que o universo todo é assim: incompleto em um sentido crucial, tendente a seu objetivo definitivo. Só o artesão pode completá-lo; a cerâmica não pode cozer-se nem se esmaltar ela mesma. Por isso, nosso mundo não tem “descanso” em si mesmo.

A palavra “inquietude”, isto é, a falta de descanso, traz à lembrança, é claro, a famosa oração de Agostinho no começo das Confissões: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”.[4] Não bastasse o próprio valor dessa citação, ela ainda é um meio de resu­mir todo o quadro agostiniano para a Criação, no qual a obra divina da Cria­ção (“fizeste-nos para ti”) imbui a necessidade inerente (“nosso coração anda inquieto”) de união futura com Deus (“enquanto não descansa em ti”). Pode ser útil para refletir um pouco em como essa citação célebre, com razão, é coe­rente com os temas que permeiam todo o restante das Confissões.

Para começar, é importante notar que essa declaração vem logo no início das Confissões, seguindo de perto a referência de Agostinho à morte humana como “sinal” e “lembrete” do pecado humano.[5] No contexto, parece que Agos­tinho está tentando diagnosticar o coração humano em seu atual contexto pós-lapsariano. Agostinho também considera, no entanto, o desejo do coração humano de louvar, consequência de nossa condição de criaturas, não de seres caídos: “O homem é uma de tuas criaturas, e seu instinto é adorar-te”;[6] “Sendo parte de tua Criação, deseja louvar-te”.[7] Nos parágrafos posteriores à abertura das Confissões, Agostinho questiona um pouco esse instinto criatural para o louvor, perguntando-se em voz alta se deve começar com súplicas para lou­var ou com o próprio louvor. Esse dilema é gerado pela incognoscibilidade de Deus: “Se (o homem) não te conhece, como pode dirigir-te orações?”[8] Também é a consequência da finitude criatural: “Que lugar há em mim onde Deus possa entrar? Onde em mim Deus pode entrar — Deus, que fez céu e terra?”[9] Certamente, Agostinho sabe que Deus está nele; se não estivesse, Agostinho não existiria: “Eu seria nulo e vazio, e não existiria, se tu, meu Deus, não estivesses em mim”.[10] Contudo, Deus é, ao mesmo tempo, infini­tamente distante — ele é “o mais oculto e o mais presente”.[11]

Agostinho amontoa paradoxos implícitos na relação Deus-mundo para ressaltar o dilema de sua situação: Deus é a essência da felicidade criatural e, ao mesmo tempo, está além da capacidade das criaturas. Fomos feitos para Deus, mas não podemos abrangê-lo. Só ele pode nos preencher, mas nós não o podemos conter. Por isso, no entendimento de Agostinho, a criatura tem a inquietude inerente a si: a própria coisa para a qual fomos criados está além de nosso alcance, e nada mais pode preencher esse vazio. Além disso, essa inquie­tação é igualmente característica de cada criatura em particular como é de toda a Criação. Por consequência, Agostinho avançará e recuará nessas passagens entre a “inquietude” de sua própria alma e a de todo o céu e terra.

O paradoxo da simultânea necessidade e impossibilidade de Deus é a tensão que conduz as Confissões e, por, fim estipula a devoção no método que Agostinho utiliza por toda a obra: “Eu te procurarei, Senhor, orando a ti e, enquanto oro, confiarei em ti”.[12] O famoso gênero de oração das Confissões não deve, portanto, ser considerado simples reflexão literária de Agostinho, mas, sim, uma escolha teologicamente consciente, provocada por esse questionamen­to da importância e da distância simultâneas de Deus. A oração é a ferramenta de Agostinho para buscar o Deus invisível, mas sempre próximo.

Agora, os que consideram as Confissões pouco mais que uma autobio­grafia, sem dúvida, ficarão perplexos com seus últimos capítulos. Mas, se con­siderarmos o testemunho pessoal de Agostinho nos livros 1 a 9 como apenas um passo no empreendimento maior de sua busca de louvor e “repouso” criaturais, o que encontraríamos nos livros 10 a 13 que poderia ser concilia­do com esse tema? Depois do relato de sua conversão no livro 8, Agostinho passa por sua posterior estada em Cassicíaco e por seu batismo em Milão de modo mais ou menos rápido, refletindo muito sobre sua mãe, Mônica, no livro 9, prosseguindo em seguida para seu debate sobre a memória no livro 10. Nesse ponto, terminam as partes estritamente narrativas das Confissões, e Agostinho passa da confissão de seus pecados passados para a confissão de quem ele é no presente:

  • “Sei que benefício eu tenho em confessar meu passado, e isso já declarei. Muitas pessoas, porém, […] desejam ouvir o que sou agora, neste momento em que apresento minhas confissões”.[13]
  • “Passo a confessar não o que eu era, mas o que eu sou”.[14]
  • “Portanto, confessarei tanto o que sei quanto o que não sei de mim”.[15]

O motivo de Agostinho em seguida assumir uma longa discussão do tema da memória ao longo das partes subsequentes do livro 10 deve-se ao fato de que a memória é uma faculdade da alma, e é mediante a alma que se deve aproximar-se de Deus: “Se tenho de alcançá-lo, deve ser median­te a minha alma”.[16] Essa justificativa para analisar sua memória, junto com as expressões fervorosas de amor a Deus e a confissão ao longo do livro 10 (sobretudo nas últimas partes) de seus pecados presentes, dá a entender que no livro 10, Agostinho não se afastou das preocupações que orientaram as primeiras porções do livro. Antes, ele procura em si, em sua memória e sua alma, precisamente buscar a Deus. Como ele estipula: “Irei além dessa força que está em mim, essa força que chamamos memória, para poder me aproximar de ti, meu Deleite e minha Luz”.[17] Logo, a transição estrutural do livro 10 indica que Agostinho agora está procurando dentro de si mesmo, no presente, em vez de olhar para trás, em sua vida pregressa — não obstante, os dois movimentos compartilham o mesmo objetivo geral. É a busca da alma por descanso em Deus que motiva o interesse de Agostinho por sua memó­ria, os cinco sentidos e os pecados presentes, não menos do que seu interesse em olhar para trás na sua conversão.

Os livros 11 a 13, em seguida, lidam com o relato da Criação do Gênesis e representam o ápice desses interesses. Quando Agostinho inicia 11.1, ele olha para trás, para o que alcançou até ali, com um sentimento de realização: “Com o máximo de minha capacidade e o máximo de meu desejo, apresento esse longo relato diante de ti, porque tu desejaste primeiro que eu a ti con­fessasse, ó Senhor, meu Deus”.[18] Contudo, Agostinho ainda não terminou. Depois de uma longa petição de ajuda divina para meditar na lei de Deus (11.2), ele começa uma nova pergunta no início de 11.3:

Que eu ouça e compreenda o significado das palavras: No Princípio tu fizeste o céu e a terra. Moisés escreveu essas palavras. Ele as escreveu e as transmitiu em tua presença, deixando este mundo quando tu falaste a ele. Moisés não está mais aqui, e eu não posso vê-lo. Mas se estivesse, eu o seguraria e, em teu nome, imploraria e suplicaria que me explicasse essas palavras. Eu seria todo ouvidos para captar os sons que saíssem dos lábios dele.[19]

É impressionante que aqui, no segmento final das Confissões, Agostinho volte o olhar para Gênesis 1.1 (entre todas as coisas). Entretanto, a consi­deração atenta a seu procedimento dá a entender que isso não é um desvio dos temas mais profundos do livro, mas o caminho de Agostinho para entrar mais profundamente neles. Ao longo do livro 11, por exemplo, Agostinho busca a natureza do tempo, particularmente em relação às objeções dos mani­queus, como a pergunta sobre o que Deus estava fazendo antes da Cria­ção. Contudo, a curiosidade dele pelo tempo não é a curiosidade por um problema abstrato. Antes, diz respeito ao seu desejo de entrar no descanso eterno de Deus. Isso ajuda a explicar por que sua discussão em todo o livro 11, mesmo quando ele persegue questões filosóficas complexas, mantém a urgên­cia emocional que caracteriza o restante das Confissões. Por isso, ouvimos Agostinho declarar que sua mente está ardendo de curiosidade para entender a natureza do tempo,[20] lamentando o triste estado de sua ignorância,[21] ape­lando pela determinação da alma para buscar a resposta.[22] Do mesmo modo, quando aborda Gênesis 1.1,2 no livro 12, ele se refere a esse texto como uma passagem que “faz meu coração palpitar”.[23]

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Por que a natureza do tempo é uma doutrina que afeta Agostinho pessoalmente? Para ele, a felicidade criatural consiste em entrar no descan­so eterno de Deus. Temporalidade implica mutabilidade, e mutabilidade implica contínuo afastamento do Deus imutável, que é a fonte de todo o bem. O objetivo supremo de toda criatura, portanto, é entrar no descanso imutável e eterno de Deus, e assim participar (em certo sentido) da imu­tabilidade de Deus. É isso que a Criação espiritual/intelectual — i.e., o reino dos anjos, que Agostinho chama de “céu do céu”[24] — já tem em seu apego constante a Deus.[25] Essa participação da imutabilidade de Deus é a base da felicidade dos anjos: “Quanto essa criatura deve ser feliz, se tal é, em constante dedicação a tua beatitude, eternamente possuídos por ti, sempre banhados em tua luz”.[26] Agostinho insiste que a Criação espiritual não é coeterna com Deus e tem imutabilidade derivada dele, não inerente a ela. Por isso, embora a Criação espiritual não mude, “a mutabilidade é inerente a ela, que ficaria escura e fria a menos que, apegando-se a ti com toda a força do amor dela, extraia de ti o calor e a luz como um meio-dia sem fim”.[27] Para Agostinho, o mais brilhante serafim no Céu dos Céus e o verme mais inferior da terra são, apesar de todas as suas diferenças, criatu­ras igualmente contingentes: ambos escurecem e esfriam e finalmente viram nada, se não se apegarem continuamente a Deus.

É esse interesse na felicidade criatural vinda da participação do descanso divino que orienta os livros 11 a 13 das Confissões. Agostinho fala de dois tipos distintos de temporalidade disponível para as criaturas: a Criação espiritual, que é “mutável mas sem mutação”, pois “ela é constante no fruir de tua eter­nidade e absoluta imutabilidade”, e a Criação inferior, que Agostinho associa com a expressão “sem forma” de Gênesis 1.2, porque esta é mutável.[28] Agosti­nho, como homem, pertence à ordem física e inferior marcada pela mutabili­dade, mas o que sua alma almeja é entrar para o descanso imutável de Deus:

Tu, ó Senhor, meu Pai eterno, és meu único consolo; mas estou dividido no tem­po, cuja ordem eu não conheço, e meus pensamentos e as regiões mais profundas da minha alma estão despedaçados por todo tipo de tumulto, até o dia em que serei purificado e dissolvido pelo fogo de teu amor, totalmente unido a ti.[29]

Aqui, Agostinho imagina a felicidade criatural última como um tipo de fusão com Deus, passando de um estado mutável para a participação da imutabilidade divina. Em uma importante seção de A cidade de Deus, logo no começo de seu desenvolvimento da doutrina das duas cidades, Agostinho menciona um objetivo semelhante: “É grandioso e muito raro para o homem, depois de haver contemplado toda a Criação, corpórea e incorpórea, e haver reconhecido sua mutabilidade, passar para além dela e, pela ascensão contínua da mente, chegar à substância imutável de Deus”.[30]

Na visão agostiniana da Criação, não é apenas sua alma, mas toda a Cria­ção que deseja entrar na felicidade eterna e imutável de Deus. É por isso que o livro 13 das Confissões tem seu apogeu em uma interpretação alegórica de Gênesis 1, com o descanso de Deus no sétimo dia da Criação representando a alegria eterna do céu, onde as criaturas podem entrar: “Tu descansaste no sétimo dia. E em teu Livro lemos isso como um presságio de que, quan­do nosso trabalho nesta vida terminar, também descansaremos em ti, em teu Sabbath de vida eterna”.[31] Como observamos antes, isso dá a entender a incompletude da Criação física — Agostinho a considera boa, mas ela con­tinua necessitando de uma ação a mais para entrar na imutabilidade de Deus com a Criação espiritual e atingir seu objetivo. Toda a existência criatural é orientada em direção ao eterno Sabbath divino.

O grande arco que dá vigor às Confissões vai de “nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”, no início, até “nós também des­cansaremos em ti, em teu Sabbath de vida eterna” na conclusão. Por isso a doutrina da Criação é tão fundamental para a teologia de Agostinho, e Gênesis 1 é uma passagem que faz o coração dele bater mais forte.


[1] De Genesi ad litteram 4.18.34 (CSEL 28:1, p. 117) [publicado em português por Paulus sob o título Comentário ao Gênesis].

[2] Ibidem 4.18.34 (CSEL 28:1, p. 117).

[3] Ibidem 4.18.35 (CSEL 28:1, p. 118).

[4] Confessiones 1.1 (CSEL 33, p. 1); minha tradução.

[5] Ibidem.

[6] Ibidem.

[7] Ibidem.

[8] Ibidem.

[9] Ibidem 1.2 (CSEL 33, p. 2); tradução minha.

[10] Ibidem.

[11] Ibidem 1.4 (CSEL 33, p. 3); tradução minha.

[12] Ibidem 1.1 (CSEL 33, p. 2).

[13] Ibidem 10.3 (CSEL 33, p. 228).

[14] Ibidem 10.4 (CSEL 33, p. 230).

[15] Ibidem 10.5 (CSEL 33, p. 231).

[16] Ibidem 10.7 (CSEL 33, p. 234).

[17] Ibidem 10.17 (CSEL 33, p. 246).

[18] Ibidem 11.1 (CSEL 33, p. 280-1).

[19] Ibidem 11.3 (CSEL 33, p. 283).

[20] Ibidem 11.22 (CSEL 33, p. 299).

[21] Ibidem 11.25 (CSEL 33, p. 303).

[22] Ibidem 11.27 (CSEL 33, p. 304).

[23] Ibidem 12.1 (CSEL 33, p. 310).

[24] Agostinho faz distinção entre o “céu corpóreo” (ou seja, as estrelas e o espaço físico que ocupam) e o que ele chama, usando a tradução da Vulgata de Salmos 115.16, o caelum caeli, o “céu do céu” ou o “céu incorpóreo do céu corpóreo” — ou seja, o lugar de habitação de Deus e dos anjos. Cf. De Genesi ad litteram 1.17.32 (CSEL 28:1, p. 24).

[25] Confessiones 12.11 (CSEL 33, p. 317).

[26] Ibidem.

[27] Ibidem 12.15 (CSEL 33, p. 323).

[28] Ibidem 12.12 (CSEL 33, p. 319).

[29] Ibidem 11.29 (CSEL 33, p. 308); tradução de F. J. Sheed, Confessions, p. 255.

[30] De civitate Dei 11.2 (CSEL 40.1, p. 512) [publicado em português por Calouste Gulbenkian sob o título A cidade de Deus].

[31] Confessiones 13.36 (CSEL 33, p. 387); cf. seu tratamento semelhante do descanso divino em De civitate Dei 11.8 (CSEL 40.1, p. 521-2) e 11.31 (CSEL 40.1, p. 559-60).

Trecho extraído da obra “Agostinho e a doutrina da criação: uma sabedoria antiga para uma controvérsia atual”, publicada por Vida Nova: São Paulo, 2023, p. 34-42. Traduzido por Leandro Bachega. Publicado no site Cruciforme com permissão.

Gavin Ortlund (PhD, Fuller Theological Seminary) é marido, pai, ministro e professor visitante no ministério Reasons to Believe. É autor de muitos livros, incluindo Ascending Toward the Beatific Vision: Heaven as the Climax of Anselm’s Proslogion (Brill). Gavin escreve regularmente no blog Soliloquium.

Imagine uma mesa com três pessoas conversando: um criacionista da terra jovem, um criacionista da terra antiga e um criacionista evolucionário. Entra na sala Agostinho de Hipona, um dos mais importantes teólogos na história da igreja. De que maneiras sua leitura das Escrituras e sua doutrina da Criação esclarecem, aprofundam e moldam o diálogo?

O pastor e teólogo Gavin Ortlund explora essa cena ao recuperar a leitura agostiniana de Gênesis 1—3, considerando como a compreensão pré-moderna da Criação pode ajudar os cristãos de hoje. Ortlund argumenta que embora a abordagem hermenêutica e as questões teológicas de Agostinho possam ser diferentes das de hoje, a humildade desse pai da igreja diante das Escrituras e suas conclusões teológicas podem iluminar assuntos como a evolução, morte animal e Adão e Eva históricos.

Sente-se. Participe da conversa.

Publicado por Vida Nova.

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