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03/mar/2015Imagino que sua primeira reação ao ler o título tenha sido: “Lá vem alguém querer tirar lições de uma piadinha tosca da internet”. Pois não.
Imagino também que se você está lendo esse blog é porque faz parte do mundo das redes sociais e sabe exatamente a que vestido estou me referindo. Pelo menos no meu feed, na quinta-feira, esse foi disparado o assunto mais postado e comentado. Enquanto uns se intrigavam por ver a roupa cada hora de uma cor, outros atribuíam divergências à burrice alheia. Outros ainda despendiam seu tempo e esforço para se manifestar contra aqueles que gastavam tempo e esforço para debater o assunto—que ironia! Incrivelmente, o assunto foi parar até no noticiário do Jornal Nacional, tão intrigante era a questão “de que cor é o vestido?”.
Em razão de um fenômeno conhecido como “ilusão de luminosidade”, um tipo de ilusão de ótica, uns garantiam que o vestido era branco e dourado, enquanto outros juravam que era azul e preto. Mas, afinal, o vestido era preto e azul
ou branco e dourado? A verdade é uma só. O vestido era preto e azul.
Tá bom. Já sei. Chega de falar no vestido, né?! Ok. Deixa então eu falar rapidinho sobre o que eu aprendi com essa história toda.
A primeira coisa que me veio à mente foi sobre conceito de verdade. Nós vivemos num mundo pluralista em que a multiplicação das “verdades” é constantemente exaltada. O que é real frequentemente é relativizado para evitar confrontos e discussões. Jargões como “cada um tem a sua verdade” ou “a verdade é relativa” são muito comuns na nossa sociedade. Mas a verdade é uma só: o vestido era preto e azul.
Não, a verdade não é relativa. Não, cada um não pode ter sua própria verdade e todos estarem certos ao mesmo tempo. Verdade é a informação que reflete a realidade. E em busca dela devemos humildemente batalhar.
O interessante é que já vi essa relativização da verdade ser trazida pra dentro da igreja. As pessoas leem a Bíblia e criam sua própria interpretação do que as Escrituras dizem. Neste caso, o significado do texto bíblico é totalmente dependente do leitor/interprete. A consequência disso é a criação de múltiplas e relativas “verdades”.
Contudo, não é assim que comunicação funciona. Quando escrevemos uma carta ou um e-mail pra alguém, a nossa intenção é transmitir uma mensagem com significado certo. E esperamos que o destinatário a interprete de modo que essa mensagem seja transmitida a ele. Logo, o significado intencionado em um texto depende do seu autor.
Com a Bíblia não é diferente. O significado do texto sagrado reside em seu Autor. É isso que 2 Pedro 1:20–21 nos ensina:
Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo. (NVI)
Quando lemos a Bíblia, devemos buscar o significado que Deus intencionou comunicar. Não podemos impor a nossa “verdade” sobre o texto. A verdade que reflete a realidade é uma só. E creio que não devemos nos contentar com qualquer coisa que não seja a mais pura verdade.
Pra tanto, é preciso entender que essa busca pela verdade que Deus intencionou em sua Palavra requer humildade e dependência do Espírito Santo, pois a nossa percepção humana é falha. Se depender de nós mesmos, a busca pela verdade será um desastre. Afinal, pra mim o vestido era branco e dourado. Mas a verdade era uma só: o vestido era preto e azul.
Lucas Sabatier é casado com Isabella e mora em Lafayette-IN, EUA, onde atualmente cursa o programa de mestrado em divindade no Faith Bible Seminary. Advogado formado pela PUC-SP em 2009. |
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1 Comments
Eu vejo branco e dourado e minha mãe ver lilás com listra cor de chumbo.kkkkkkkk