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Foto de Taylor Wright na Unsplash

A singularidade e suas singularidades

Por singularidade, quero dizer que cada pessoa é um indivíduo. Deus planeja e cria explicitamente cada ser humano para ser um indivíduo corpóreo e sexuado singular. Em específico, cada pessoa é uma singularidade em termos de sua etnia/raça, família/parentesco, temporalidade, espacialidade, contexto e história.[1] Cada uma dessas seis singularidades será agora definida brevemente e, quando apropriado, ilustrada.

Etnia/raça. Cada indivíduo corpóreo sexuado se caracteriza por uma etnia ou raça singular.[2] É notória a dificuldade de estabelecer a distinção entre esses dois termos.[3] Para fins de simplicidade, essa propriedade não é uma questão de autoidentificação — isto é, se alguém se considera um negro ou afro-americano. Antes, a etnia é uma questão de origem da pessoa,[4] especificamente de sua língua(s) materna(s), seus costumes, sua(s) religião(ões) e nacionalidade. Eu, por exemplo, sou um homem caucasiano de ancestralidade escocesa/irlandesa.

Família/parentesco. Cada indivíduo corpóreo sexuado se caracteriza por um contexto familiar singular e por laços singulares de parentesco. A primeira propriedade diz respeito à família ou origem de alguém e, no caso de adoção/acolhimento, à(s) família(s) de criação. Inclui a ordem de nascimento, lugar de nascimento, irmãos e a unidade parental intacta ou o divórcio parental (com ou sem recasamentos e famílias mistas). Parentesco diz respeito, no caso de adultos, à condição de solteiros (incluindo a viuvez) ou de casados (na maioria dos casos, com filhos biológicos e/ou adotados) e inclui, talvez, a responsabilidade pelos cuidados com os pais em sua velhice. Eu, por exemplo, nasci em Chicago, sou o primeiro filho de Roy Allison e Winifred Allison (ambos já falecidos) e tenho um irmão mais novo; sou casado com Nora, com quem tenho três filhos adultos e dez netos.

Temporalidade. Cada indivíduo corpóreo sexuado se caracteriza por uma época e idade singulares. Essa propriedade está relacionada com o tempo, tanto matemático quanto subjetivo, e com a data de nascimento e a idade percebida. O tempo matemático é o mesmo para todas as pessoas. Por exemplo, conforme escrevo esta sentença, o relógio me informa que são 17:12 EST, e isso corresponde a 23:12 GMT (muito tarde para eu ligar para meus cinco netos na França) e 14:12 PST[5] (muito cedo para falar pelo Skype com meus quatro netos, que estão na escola, no estado de Washington). O tempo subjetivo (percebido por alguém) varia entre as pessoas. Por exemplo, o tempo passa mais rapidamente para mim, um homem de sessenta e sete anos, do que para meu filho Luke, de trinta e um anos. Ademais, tendo nascido em 1954, eu faço parte da multidão da geração baby-boomer, que é marcada pelo impacto de certos eventos históricos cruciais (p. ex., a Guerra Fria e a ameaça de destruição nuclear e o movimento pelos direitos civis), pelo avanço cada vez mais acelerado da tecnologia (p. ex., telefones celulares e a Alexa), pela tecnologia médica (p. ex., tomografia computadorizada, ressonância magnética e transplante de órgãos) e pelo movimento aparentemente irrefreável em direção à aposentadoria. No entanto, a idade percebida de alguém pode diferir, até mesmo significativamente, de sua idade cronológica. Eu me considero, por exemplo, um “jovem” de sessenta e sete anos.[6]

Espacialidade. Cada indivíduo corpóreo sexuado se caracteriza por um espaço e lugar singulares. O corpo é “o lugar no qual estamos no mundo. A existência é sempre ‘ser um corpo no mundo’”.[7] Ser corpóreo é ser situado, localizado segundo diversos eixos.[8] Sendo eu nascido na cidade de Chicago, sou um típico habitante do centro-oeste e, por isso, marcado por traços comuns dessa região, como a afabilidade, trabalho duro e aversão à mudança. Pelos últimos vinte e sete anos, lecionei em instituições de ensino. Minha profissão me desafia nas áreas de comunicação e nas habilidades como ouvinte, na aquisição de conhecimento e no preparo. Ser um evangélico do norte em um seminário batista do sul me situa em uma cultura específica que é bastante estranha à minha espacialidade anterior a 2003, ano em que me juntei ao corpo docente.[9] Em certo sentido, portanto, sou um produto do meu meio — isso é verdade de forma geral e no tocante, especificamente, a como meu lugar de trabalho me forjou.[10]

Contexto. Cada indivíduo corpóreo sexuado se caracteriza por um contexto singular. “Contexto”, aqui, é definido como as condições ou cenários inter-relacionados nos quais os seres humanos vivem, agem e assimilam suas experiências. Qualquer contexto humano inclui fatores socioeconômicos, políticos, educacionais, culturais e religiosos. A categoria socioeconômica perpassa o espectro desde a pobreza geracional até os ricos dominantes. A categoria política, nos Estados Unidos, abrange os dois grandes partidos, bem como uma ampla gama de ideologias políticas, tais como o libertarianismo, o socialismo e o comunismo. A categoria educacional está voltada para a aquisição de conhecimentos e habilidades; vai desde o analfabetismo ao doutorado e abrange diferentes abordagens educacionais (p. ex., Montessori e Waldorf). A vasta categoria da cultura abrange alimentos, roupas, artes, entretenimento, comunicação, tradições, transporte, lazer, ambiente e saúde. A categoria da religião não inclui apenas as maiores tradições da fé, como o catolicismo romano, a igreja ortodoxa, o protestantismo, o islamismo e o budismo, mas também várias espiritualidades (p. ex., culto à natureza, meditação) e tendências não religiosas (p. ex., secularismo, agnosticismo, ateísmo). Esse contexto multifacetado exerce influências diversas e de impacto sobre como os seres humanos se comunicam usando uma língua e gestos; como raciocinam e expressam emoções; como avaliam ações no tocante às questões morais, amorais e imorais; como se envolvem em comportamentos individuais e sociais, e muito mais.

História. Cada indivíduo corpóreo sexuado se caracteriza por uma história singular. Essa propriedade diz respeito à “natureza narrativa da conduta humana”.[11] As narrativas nos identificam e nós nos comunicamos com os outros por meio das narrativas que contamos. Nós conhecemos, experimentamos, processamos, lembramos, relatamos, sentimos e decidimos segundo nossa narrativa específica. Desde nossas primeiras lembranças até os momentos finais de nossa vida, nós arranjamos e recontamos as histórias de nossa infância, meninice, adolescência, juventude, maturidade, velhice e morte iminente. Figuram destacadas em nossas narrativas nossos embates com a tribulação e o sofrimento. “Ao contar a história de como você se tornou quem é e de quem você está se tornando, a própria história se torna parte de quem você é”.[12] Nós entrelaçamos, enfatizamos, diminuímos e cortamos elementos das singularidades de nossa etnia/raça, família/parentesco, temporalidade, espacialidade e contexto.[13] Nossa singularidade nos impele, por exemplo, a encontrar ou criar um espaço em nosso universo por meio das mídias sociais pelas quais contamos as nossas histórias.[14]

Essa ideia de singularidade é bem diferente da interseccionalidade. Sim, a interseccionalidade aborda muitas das mesmas singularidades que eu estou discutindo — gênero/sexo, raça, contexto e classe social, cultura e afins. Mas, pelo menos em alguns casos, a interseccionalidade enfatiza a forma pela qual essas singularidades dividem certos seres humanos, privilegiam e privam alguns deles em detrimento dos outros. Em contraste, a singularidade que eu estou apresentando se concentra na realidade da corporeidade humana: de fato, todos os seres humanos se caracterizam por etnia/raça, família/parentesco, temporalidade, espacialidade, contexto e história. O que as pessoas fazem com essa realidade é outra questão. Alinhado às Escrituras, elas podem enfatizar que Deus projetou e criou todos os seres humanos para serem portadores de sua imagem (Gn 1.26-28). Nesse caso, a interseccionalidade pode ser útil para revelar a fratura que destrói a unidade entre as pessoas. Inversamente, a interseccionalidade pode enfatizar divisões entre categorias diferentes de pessoas, de forma a privilegiar um grupo em detrimento dos direitos do outro.

A ideia da singularidade pode se justapor à interseccionalidade, mas não a endossa.

Afirmações bíblicas e teológicas

Essa apresentação das singularidades de etnia/raça, família/parentesco, temporalidade, espacialidade, contexto e história pode fazer parecer que nos apropriamos de algumas páginas de um manual de sociologia ou antropologia. Em certo sentido, esse poderia ser o caso, já que essas realidades individuais humanas podem resultar de simples observação, investigação cultural e estudos demográficos. Em outro sentido, porém, a singularidade está fundamentada na Escritura e na sã doutrina.

Salmos 139.13-16 destaca a obra cuidadosa e complexa de Deus na criação de cada indivíduo segundo seu propósito singular:

Pois tu formaste o meu interior;

tu me teceste no ventre de minha mãe.

Eu te louvo, pois fui formado de modo tão espantoso e maravilhoso.

Maravilhosas são tuas obras;

minha alma o sabe muito bem!

Minha estrutura não estava oculta de ti,

quando eu estava sendo formado em segredo,

intricadamente tecido nas profundezas da terra.

Teus olhos viram minha substância ainda sem forma;

no teu livro foram escritos, cada um deles,

os dias que foram formados para mim,

quando ainda não havia nenhum deles (ESV).

Deus está envolvido, de forma íntima, em todo e cada aspecto da criação corpórea, das minúcias aos detalhes mais relevantes. Ademais, “de um só homem fez todas as nações para habitarem sobre a face da terra e determinou-lhes os tempos previamente estabelecidos e os limites de sua habitação” (At 17.26). Em outras palavras, Deus planeja e determina a etnia/raça, família/parentesco, temporalidade, espacialidade, contexto e história singular dos portadores de sua imagem.

Essa singularidade é enfatizada, em outras partes da Escritura, em ligação com a encarnação e a obra da redenção: “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: ‘Aba, Pai!’. Assim, você já não é mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também é herdeiro por Deus” (Gl 4.4-7).

A singularidade da encarnação reforça o tema que estamos discutindo. O único e verdadeiro Deus, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, Yahweh de Israel, decretou salvar o seu povo, o povo de Israel, o qual escolhera, dentre todas as nações do mundo, para um privilégio singular. Na sabedoria de sua eterna existência trina, Deus, o Pai, enviou seu único Filho gerado — em algumas versões, único ou unigênito — para encarnar pelo poder do Espírito Santo. No tempo adequado e singular — na plenitude do tempo, no clímax das eras de preparação para esse momento específico — o Filho foi enviado e veio a nós. Toda a história se registra como antes desse tempo — antes de Cristo (a.C.) — ou depois desse tempo — anno Domini (a.D.), no ano de nosso Senhor.[15]

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Ao encarnar, o Filho assumiu a natureza humana daqueles que veio salvar. Ele não se tornou um representante genérico da humanidade em geral, mas um homem singular. Ele viveu como um ser humano real e pleno. Sendo mais específico, ele nasceu de uma mulher que foi escolhida exclusivamente para esse papel: ele era Jesus ben-Maria, o filho de uma adolescente. Ao nascer, tinha 48 centímetros, 3 quilos, 9 pontos na escala Apgar, um bom par de pulmões, atestado por sua mãe, que ouviu seus primeiros choros (usando nossa santificada imaginação). Ela era uma judia fiel, bem como José, o pai adotivo de Jesus. Assim, no oitavo dia após o nascimento de seu filho, eles o levaram ao Templo de Jerusalém, onde o circuncidaram segundo o costume judeu. Jesus nasceu debaixo da lei de Moisés e, como membro circuncidado da aliança de Abraão, foi-lhe dada a responsabilidade de obedecer aos Dez Mandamentos, de se submeter ao código de conduta de santidade e de evitar violar qualquer uma de suas proibições. Seu prazer era permanecer na lei do Senhor. Sendo da linhagem de Davi, ele foi incumbido do dever de observar a aliança davídica. Ele deveria se relacionar com Deus, seu pai amoroso, como um filho obediente e, mais ainda, governar sobre a casa e o reino de Davi para sempre. Não é pouca coisa para um bebê nascido em Belém e que se mudaria, em breve, para o Egito, e depois novamente para Israel, na região da Galileia, onde ele se estabeleceria, por fim, na cidade irrelevante de Nazaré. Assim, ficou conhecido como Jesus, o nazareno.

A singularidade da obra redentora de Jesus reforça ainda mais o tema que estamos discutindo. A missão para a qual foi enviado era a de redimir todos aqueles debaixo da lei de Moisés. Isso nos lembra de que o ministério de Jesus era quase exclusivamente para seu próprio povo: “Eu fui enviado apenas para as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15.24). Da mesma forma, Jesus introduziu seus discípulos no ministério para o povo judeu, instruindo-os a evitar os gentios e os samaritanos (Mt 10). Até mesmo nos momentos iniciais da igreja, o evangelismo e a expansão se concentraram nos judeus (At 1—7). Somente depois de algum tempo as palavras de Jesus sobre uma comissão global (Mt 28.18-20; Lc 24.44-49; At 1.8) encontram seu cumprimento inicial na redenção de diversos gentios (At 11.19-25). O que começou como um ministério específico, desenvolveu-se, por fim, de acordo com o propósito divino, em um movimento redentor mundial.

Essa redenção diz respeito, em especial, à adoção, a escolha legal e relacional de receber como membros da família aqueles que, outrora, estavam distantes. A adoção como “filhos” — o termo, que, para as sensibilidades contemporâneas conota um sexismo, inclui tanto homens quanto mulheres — traz consigo a riqueza da herança da família e a honra do nome da família. Os redimidos se tornam filhos e filhas de Deus Pai pela obra de Deus Filho, por meio da habitação de Deus Espírito Santo.

Nesse sentido, nossa questão acerca da singularidade está bem amparada, tanto bíblica quanto teologicamente, aparecendo até mesmo na encarnação e na obra da redenção. O Deus singular. O Filho encarnado singular. A obra singular. A redenção singular. Como Paulo nos lembra em outra passagem: “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus…” (1Tm 2.5, ESV).

Resumindo, um dado essencial da existência humana é a singularidade, definida como a condição de ser um indivíduo. Deus cria e designa cada ser humano, especificamente, para ser um indivíduo corpóreo e sexuado singular, caracterizado por sua etnia/raça, família/parentesco, temporalidade, espacialidade, contexto e história.[16]


[1] Como observa Justin Smith, “a corporeidade é produto de uma história essencialmente local, singular”. Veja Justin E. H. Smith, org., “Introdução”, Embodiment: a history (Oxford: Oxford University Press, 2017), p. 7.

[2] Afirmo que a etnia/raça é uma característica de segunda ordem, sendo a corporeidade sexuada uma característica de primeira ordem. Sexo/gênero é mais fundamental do que raça/etnia. Gênesis 1 narra a criação dos seres humanos como portadores da imagem divina que são, em essência, homens ou mulheres. O desenvolvimento de grupos ou nações etnolinguísticos distintos é narrado posteriormente em Gênesis. A conclusão que extraio disso, portanto, é que o gênero é primário e a etnia, secundária. Ainda assim, ambos decorrem do plano divino. Assim como Deus cria os seres humanos como homem e mulher, ele os cria com etnias diversas (At 17.26-27).

[3] Nos Estados Unidos, “raça” geralmente se refere a um agrupamento baseado na aparência. Isso se deve, em grande parte, à nossa vergonhosa história de discriminação fundamentada na aparência. Meus agradecimentos a Laura Wierenga por suas observações neste assunto.

[4] Este item não contesta a autoidentificação. O US Census Bureau define “raça” nesses termos.

[5] As siglas EST, GMT e PST correspondem, respectivamente, aos horários padrão Eastern Standard Time, Greenwich Mean Time, Pacific Standard Time. (N. do E.)

[6] O contexto exerce influência sobre a idade subjetiva. Veja Erica L. O’Brien et al., “Context influences on the subjective experience of aging: the impact of culture and domains of functioning”, The Gerontologist 57, n. S2 (August 2017): S127-137. Disponível em: https://academic.oup.com/gerontologist/article–pdf/57/suppl_2/S127/18071695/gnx015.pdf, acesso em: 16 nov. 2021.

[7] Elisabeth Moltmann-Wendel, I am my body: a theology of embodiment, tradução de John Bowden (New York: Continuum, 1995), p. 99. Sua citação é de F. J. J. Buytendijk, Woman: a contemporary view (Glen Rock: Newman Press, 1968).

[8] Para uma excelente teologia da localidade humana, veja Craig G. Bartholomew, Where mortals dwell: a christian view of place for today (Grand Rapids: Baker Academic, 2011).

[9] A relevância da afirmação seguinte foi se tornando mais clara para mim ao longo dos últimos dezessete anos: “Andamos, todos os dias, por lugares que jamais existiriam se não fossem por aqueles que vieram antes de nós. Nossos lugares de trabalho, onde passamos tanto tempo, frequentemente pensamos que passaram a existir com a nossa chegada. Isso não é verdade”, conforme proferido por Ruby a Eddie, in: Mitch Albom, The five people you meet in Heaven (Westport, CT: Hyperion, 2003), p. 123 [publicado em português por Sextante sob o título As cinco pessoas que você encontra no céu].

[10] O debate entre a natureza e a criação continua praticamente inabalável. Os seres humanos são determinados, no fundo, por sua constituição genética, pela cultura e pelo ambiente no qual eles foram criados, e no qual agora vivem, ou por uma combinação desses dois fatores? “O campo da epigenética está crescendo rapidamente e, com ele, o entendimento de que tanto o meio quanto o estilo de vida pessoal podem interagir diretamente com o genoma para influenciar mudanças epigenéticas. Essas mudanças podem se refletir em várias etapas ao longo da vida de uma pessoa e até mesmo em futuras gerações” (“Epigenetics: fundamentals”, What is epigenetics?), disponível em: https://www.whatisepigenetics.com/fundamentals/, acesso em: 18 nov. 2021.

[11] Theodore R. Sarbin, org., Narrative psychology: the storied nature of human conduct (Westport: Praeger, 1986).

[12] Julie Beck, “Life’s stories: how you arrange the plot points of your life into a narrative can shape who you are — and is a fundamental part of being human”, The Atlantic Daily, August 10, 2015, disponível em: https://www.theatlantic.com/health/archive/2015/08/life-stories-narrative-psychology-redemption-mental-health/400796/, acesso em: 18 nov. 2021.

[13] Palavras e termos como “virada”, “embelezamento”, “contextualização”, “arco de redenção”, “falsa humildade”, “memória seletiva”, “raciocínio autobiográfico” e “self idealizado” são associados à criação e relato de narrativas, tanto para si mesmo quanto para os outros. Uma patologia — o narcisismo — é caracterizada pela tendência de inventar falsas narrativas que impedem os narcisistas de serem responsabilizados, contradizem a verdade sobre sua realidade miserável e os protegem da ameaça de terem sua culpa e vergonha expostas etc.

[14] Meus agradecimentos a Hannel Schuetz por suas ideias acerca das narrativas contadas nas mídias sociais.

[15] As formas a.D. ou A.D. derivam da inscrição latina anno Domini e são empregadas, geralmente, nas línguas anglo-saxãs, embora seja possível utilizá-las na língua portuguesa em contraste com a.C. (anno ante Christum). As formas mais comuns, no entanto, correspondem ao binômio a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo). (N. do T.)

[16] Como Marc Cortez sublinha corretamente, “cada uma dessas expressões de singularidade é também o tipo de restrição que nós associamos com a finitude das criaturas, o que significa que limites/restrição/finitude são coisas boas, e não obstáculos à prosperidade humana, como frequentemente nós as descrevemos” (Correspondência particular, 16 ago. 2019).

Trecho extraído da obra “Teologia do corpo: vivendo como pessoas inteiras em um mundo fraturado”, publicada por Vida Nova: São Paulo, 2022, p. 72-82. Traduzido por Pedro Issa. Publicado no site Cruciforme com permissão.

Gregg Allison (PhD, Trinity Evangelical Divinity School) é professor de Teologia Sistemática no Southern Baptist Theological Seminary, em Louisville, Kentucky. Lecionou Teologia e História da Igreja por quase uma década no Western Seminary, em Portland, Oregon. Foi também professor adjunto da Trinity Evangelical Divinity School, da Elgin Community College, da Judson College, do Institute of Biblical Studies in Western Europe and the United States e do Re:Train. É pastor da igreja Sojourn Community Church e estrategista teológico da Sojourn Network, rede de plantação de igrejas composta por aproximadamente 30 igrejas locais. É autor das obras Teologia histórica: uma introdução ao desenvolvimento da doutrina cristã e Teologia e prática da Igreja Católica Romana: uma avaliação evangélica, publicadas por Edições Vida Nova.
Tendo a Escritura como guia, o teólogo Gregg Allison oferece uma teologia integral do corpo humano, desde sua concepção até a eternidade. Allison nos dá ferramentas para lidar com as questões contemporâneas urgentes relacionadas ao nosso corpo, incluindo: como expressamos nossa sexualidade, se o gênero é algo inerente ou construído, imagem corporal, o significado do sofrimento, questões acerca do fim da vida e como podemos viver como pessoas inteiras em um mundo fraturado.

Publicado por Vida Nova.

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