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12/nov/2019Jonas fugiu de Deus, em vez de buscar o bem espiritual de uma cidade que desprezava. Ele se permitiu ficar alinhado em excesso, política e emocionalmente, com os interesses da segurança nacional de Israel. Devemos evitar o mesmo erro. No entanto, depois de dar uma rápida olhada na lista de itens que acabamos de fornecer, alguns dirão que será impossível trabalhar pelo bem comum ou da coletividade sem que haja cristãos envolvidos na política. Isso é verdade, e assim um equilíbrio cuidadoso deve ser alcançado.
Primeiro, não devemos pensar que é realmente possível transcender a política e simplesmente pregar o evangelho. Aqueles cristãos que tentam evitar toda e qualquer discussão e engajamento políticos estão essencialmente votando em prol do status quo social. Como nenhuma sociedade humana reflete com perfeição a justiça e a integridade de Deus, supostamente os cristãos apolíticos estão apoiando muitas coisas que desagradam a Deus. Então, não ser político é ser político. No início do século 19, as igrejas nos EUA que não falavam sobre escravidão, porque isso seria “se envolver em política”, na verdade estavam apoiando o status quo da escravidão ao permanecerem em silêncio. A Bíblia também nos mostra crentes individuais que eram envolvidos na política e ocupavam cargos importantes em governos pagãos — pense, por exemplo, em José e Daniel.[1]
Os cristãos individualmente podem e devem se envolver na política como forma de amar o próximo. Trabalhar por escolas públicas melhores em um bairro pobre ou para acabar com a segregação em um país requer engajamento político, algo que cristãos tiveram e devem continuar a ter. No entanto, embora os cristãos individualmente devam ter esse engajamento, eles não devem identificar a igreja em si com um conjunto de políticas públicas ou com um partido político, como se fosse o único verdadeiramente cristão.[2] Existem várias razões para isso.
Uma das razões porque isso é nocivo é pelo fato de que dá aos que ouvem o evangelho a forte impressão de que, para se converterem, precisam não apenas crer em Jesus, mas também se tornar membros do partido.[3] Isso corrobora o que muitos céticos querem crer sobre a religião: que não se trata de uma verdade e de um encontro espirituais genuínos, mas apenas de mais um eleitorado político e de um reduto de votação, só mais uma forma de exercer poder sobre os outros.
Outra razão para não alinharmos a fé cristã a um partido é porque a maioria das posições políticas não são questões de prescrição bíblica, mas de sabedoria prática. Isso não significa que a igreja não possa nunca falar a realidades sociais, econômicas e políticas, uma vez que a própria Bíblia o faz. O racismo, como vimos, é pecado, violando o segundo mandamento de “amar o próximo”. Além disso, o mandamento bíblico de ajudar os pobres e defender os direitos dos oprimidos não é uma opção para os crentes; é um imperativo moral. E denunciar violações particularmente notórias dessas exigências morais é importante.[4]
Entretanto, tão logo qualquer grupo de cristãos decidir com exatidão como melhor perseguir esses ideais morais em nossa sociedade em particular, eles geralmente estarão indo além da prescrição bíblica e entrando no domínio da sabedoria e da prudência.[5] A melhor maneira de ajudar os pobres é encolher o governo e permitir que os mercados de capital privado aloquem seus recursos, ou é expandir o governo e dar predominância ao Estado? Esforços para encontrar na Bíblia um mandato claro em prol do capitalismo completamente laissez-faire ou em prol do comunismo não conseguem convencer ninguém.[6] As melhores políticas sociais estão em algum ponto entre esses dois polos, mas a Bíblia não define com exatidão esse ponto para cada época, contexto e cultura.
Certa vez ouvi um amigo contar sobre um cidadão do Mississippi que era muito conservador em todos os aspectos. Ele era um republicano conservador; também era um presbiteriano muito tradicional. Há muito tempo ele queria visitar a Escócia, a pátria dos presbiterianos americanos. Por fim, ele conseguiu se planejar para servir por um mês como obreiro em uma pequena congregação presbiteriana, que ficava em uma aldeia nas Highlands escocesas. A igreja e seus membros eram tão conservadores quanto ele esperava. Eram extremamente rigorosos em sua observância do Sabbath. Ninguém sequer ligava a televisão aos domingos.
No entanto, um belo dia ele entrou em uma discussão com vários de seus admirados amigos cristãos escoceses e descobriu, para sua surpresa, que todos eram (na sua opinião) socialistas. Ou seja, o entendimento deles sobre a estrutura tributária e a política econômica do governo era bastante alinhado à esquerda. Ele não podia acreditar. Acreditava piamente que ser conservador do ponto de vista teológico significava que você era politicamente conservador em todas as questões. Ele teve uma longa conversa com eles e chegou à conclusão de que a compreensão que tinham do papel do governo estava fundamentada em suas convicções cristãs. O homem não voltou para os EUA mais politicamente à esquerda do que quando partiu, mas, nas palavras dele, voltou “humilhado e punido”. Ele percebeu que cristãos sérios, todos tentando obedecer ao chamado de Deus, podem razoavelmente se posicionar em uma série de pontos diferentes do espectro político, mantendo lealdade a diferentes partidos políticos.
Outra razão pela qual os cristãos, especialmente hoje em dia, não podem permitir que a igreja seja totalmente alinhada com qualquer partido em particular é o problema dos “acordos éticos em bloco”. Muitos partidos políticos hoje insistem para que os membros se comprometam com todas as posições que consideram apropriadas em relação a toda e qualquer questão. Portanto, você não pode se alinhar em relação a uma questão se não adotar a gama completa de todas as posições aprovadas por determinado partido.[7]
A ênfase nesses acordos em bloco coloca pressão sobre os cristãos no que se refere à política. Por exemplo, ao seguirem tanto a Bíblia quanto a igreja primitiva, os cristãos estarão comprometidos com a justiça racial e os pobres, mas também com a compreensão de que sexo deve existir apenas no contexto do casamento.[8] Um desses posicionamentos parece ser mais progressista, enquanto o outro soa opressivamente conservador. Assim, os posicionamentos cristãos sobre essas questões não se encaixam nos alinhamentos políticos contemporâneos. Consequentemente, os cristãos são empurrados a assumir uma de duas opções principais. Uma delas é desistir e se afastar, tentando ser apolítico. A segunda possibilidade é ser forçado a engolir, assimilar a questão e adotar integralmente o acordo em bloco de determinado partido para ser admitido à mesa de discussões. Os partidos políticos oferecerão a igrejas, organizações e líderes cristãos inebriante acesso a poder, apoio, favores e proteções. Tudo isso pode ser dos cristãos se apoiarem por inteiro a agenda política de determinado partido e olharem para o outro lado a respeito de assuntos aos quais os cristãos devem se opor. O perigo espiritual aqui é muito grande.[9]
Nenhuma dessas opções é válida. Na parábola do Bom Samaritano, Jesus nos proíbe de deixar de ajudar nosso próximo. Em contrapartida, se de fato enfrentarmos certa dose de exclusão e até mesmo de perseguição (Mt 5.10), obteremos a certeza de que alguns ainda verão nossas “boas obras e glorificarão a Deus” (1Pe 2.11,12). Nosso trabalho no Senhor nunca é em vão (1Co 15.58). Na verdade, se formos apenas agressivos ou apenas cativantes, e não as duas coisas, podemos ter certeza de que não estamos vivendo como deveríamos.
O evangelho nos dá a capacidade e os recursos necessários para amar as pessoas que rejeitam tanto nossas crenças quanto a nós mesmos. Pense em como Deus nos conquistou para si. Não foi vindo a este mundo e tomando o poder, mas, sim, vindo a este mundo, despindo-se de seu poder e nos servindo. Como Deus nos salvou? Não foi com uma espada nas mãos, mas com pregos. Ele veio não para julgar, mas para ser julgado. É por isso que o hino diz:
Pois não é com espadas em ruidoso confronto,
nem com o rufar de tambores;
e sim com ações de amor e misericórdia
que o reino celestial vem.[10]
O bom samaritano arriscou a vida e amou sacrificialmente alguém que não só era um estranho, mas também um integrante de um grupo racial que qualquer samaritano teria visto como alguém perigoso e até mesmo responsável por muito sofrimento em sua própria comunidade. O homem judeu merecia a ira do samaritano, mas, em vez disso, recebeu amor prático e sacrificial e viu suas necessidades físicas e materiais serem satisfeitas. Nesse aspecto, a parábola nos aponta para o “maior dos samaritanos”, Jesus Cristo. Nós não merecíamos dele nada além de rejeição. De fato, ele sabia que nós, da raça humana, o mataríamos. E ele não apenas arriscou sua vida por nós — Jesus a entregou. Ele morreu por nós para que pudéssemos ter vida. Até que vejamos Jesus como nosso bom samaritano, jamais seremos sacrificiais em nosso amor pelo próximo.
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[1] É importante observar que os crentes podem servir de forma fiel na política e no governo, sem a obrigação de transformar o governo em um Estado cristão. Daniel chama um rei pagão a agir com justiça para com os pobres e oprimidos (Dn 4.27), e Amós 1 e 2 mostra Deus responsabilizando nações pagãs por seu comportamento. Elas não estão sendo chamadas a reconhecer Deus como Senhor; muito menos os governos estão presos a um padrão ético inteiramente cristão. Eles, porém, são vinculados a algo como a regra de ouro. Esse nível de justiça e equidade típicos da regra de ouro em uma sociedade é algo que ministros cristãos podem chamar governos pagãos a honrarem, como Amós e Daniel fizeram.
[2] No antigo Israel, era papel do Estado promover a verdadeira religião e punir a heresia. Assim, Israel era um estado teocrático. No Novo Testamento, porém, Jesus nos diz: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21, NIV). Muitos (inclusive eu) veem isso como uma mudança na relação entre igreja e Estado para uma espécie de “não establishment”.
Isso não significa que todo governo possa na realidade ser “religiosamente neutro” por inteiro. Todas as ordens políticas baseiam-se em alguma visão de bem moral. Um governo pode estar comprometido com uma crença pós-iluminista na liberdade individual absoluta ou, em vez disso, com uma crença tradicional na solidariedade da família e do clã. Abraçará uma das muitas definições particulares de “justiça”, seja o utilitarismo de John Stuart Mill, seja a justiça dos direitos individuais, seja a virtude ética de Aristóteles. Mas nenhuma dessas visões é empiricamente demonstrável. São óticas morais baseadas em fé e que repousam em crenças sobre a natureza humana e seu propósito. Isso significa que os cristãos têm todo o direito, como indivíduos cidadãos, de buscar políticas sociais baseadas em suas próprias crenças, assim como todos os demais cidadãos inevitavelmente estão buscando.
No entanto, isso não é o mesmo que procurar estabelecer uma religião ou denominação como igreja oficial do Estado. Em termos gerais, então, a igreja deve produzir cristãos — “a igreja dispersa” — que individualmente se engajem em ação política; contudo, a igreja institucional “reunida”, bem como seus líderes, não devem estar alinhados a este ou aquele partido político nem a seus respectivos líderes em particular. Veja Daniel Strange, “Evangelical public theology: what on earth? Why on earth? How on earth?”, in: Chris Green, org., A higher throne: evangelical public theology (London: InterVarsity Press, 2008), p. 58-61. Essa é uma revisão empática, embora crítica, do ensinamento de Abraham Kuyper de que a igreja “orgânica”, composta de indivíduos cristãos, deve atuar na transformação cultural, mas que a igreja “institucional” não. Para exemplo de uma crítica mais extensa, embora em última análise compreensiva, acerca da teologia pública de Abraham Kuyper (com muita apreciação por pessimistas como MacIntyre e Hauerwas), veja James K. A. Smith, Awaiting the King: reforming public theology (Grand Rapids: Baker Academic, 2017) [edição em português: Aguardando o Rei: reformando a teologia pública (São Paulo: Vida Nova, 2020)].
[3] O próprio evangelho mina o partidarismo extremo por causa da doutrina do pecado. Ele diz aos cristãos que o mal que arruína a vida humana neste planeta reside em cada coração humano, incluindo o dos cristãos. Cada ponta do espectro político tem a tendência de argumentar que o mal que sofremos vem principalmente de certas classes de pessoas — de pessoas e raças ricas e poderosas ou de pobres e de imigrantes. Mas o cristão acredita na doutrina da “depravação total”, ou seja, que raça, classe ou gênero nenhum é mais pecaminoso e depravado do que outro qualquer. Sim, é verdade que um grupo com mais poder é capaz de causar mais danos com seu pecado, todavia, os cristãos são proibidos de pensar que uma classe diferente de pessoas com poder seja intrinsecamente menos propensa ao pecado e à exploração.
A doutrina da depravação total também mina o partidarismo porque nos impede de pensar que a “mão invisível” do mercado de capitais ou o poder do governo seja algo mais intrinsecamente confiável como guia para alocação de recursos materiais. A extrema esquerda é muito mais desconfiada do capitalismo do que do Estado, e a extrema direita tende a ser o oposto. O “mercado” e o “Estado”, contudo, são simplesmente compostos de seres humanos. E seres humanos são intrinsecamente egocêntricos e encontrarão maneiras de usar o poder que têm para obter vantagem.
É verdade que os sistemas políticos seculares de direita e de esquerda transformam em ídolos a escolha individual ou o Estado ou ainda o capitalismo, e isso leva a políticas que favorecem certas classes em detrimento de outras, minando o bem comum. No entanto, os crentes não devem pensar que, de alguma forma, um partido político cristão estaria necessariamente livre desses mesmos problemas. A doutrina cristã do pecado deve levar os cristãos a desconfiarem de si mesmos, uma vez que nosso coração pecaminoso é perfeitamente capaz de encontrar, dentro de uma estrutura doutrinária ortodoxa, justificativas para abusos de poder.
[4] Veja Sean Michael Lucas, “Owning our past: the spirituality of the church in history, failure, and hope”, Reformed Faith and Practice: The Journal of Reformed Theological Seminary 1, n. 1 (May 2016, disponível em: https://journal.rts.edu/article/owning-our-past-the-spirituality-ofthe-church-in-history-failure-and-hope, acesso em: 31 mar. 2019). Sean Lucas discute a questão levantada no capítulo 31, item 4, da Confissão de Fé de Westminster, da Igreja Presbiteriana: “Os sínodos e concílios não devem discutir, nem determinar coisa alguma que não seja eclesiástica; não devem imiscuir-se nos negócios civis do Estado, a não ser por humilde petição em casos extraordinários ou por conselhos em satisfação de consciência, se o magistrado civil os convidar a fazê-lo”. Muitos argumentaram que isso proíbe a igreja de se pronunciar oficialmente sobre quaisquer questões sociais; e presbiterianos do Sul, nas décadas de 1840 e 1850, invocaram essa parte da confissão contra os abolicionistas, que insistiam que a igreja se pronunciasse contra a escravidão. Sean Lucas apresenta argumentos convincentes de que isso não significa que a igreja não possa falar, como instituição, sobre questões relativas a raça, sexo e pobreza, todas elas com implicações sociais, uma vez que a própria Bíblia trata desses assuntos. Ele pretende manter, entretanto, a grande restrição que a Confissão de Westminster deseja que a igreja exerça quanto ao envolvimento na política eleitoral.
[5] Isso significa que ministros e outros líderes da igreja devem ter grande cautela ao falar publicamente sobre questões políticas atuais, pois, mesmo que tentem falar como “cidadãos individuais”, eles serão inevitavelmente vistos como alguém que fala oficialmente pela igreja institucionalizada e, portanto, como quem alega que sua visão particular é a posição bíblica ou a posição política cristã. Há alguns anos, em uma conversa particular, me perguntaram o que eu achava do conflito israelo-palestino no Oriente Médio. E me apresentaram uma agenda para um caminho a seguir, para uma possível solução. Depois de considerar a proposta, disse que soava muito boa para mim. Então, me perguntaram se eu assinaria uma petição pública pedindo que todas as partes envolvidas adotassem essa abordagem. Embora estivesse honrado por ser convidado, recusei de imediato. Eu sabia que a razão pela qual me pediram para assinar era porque eu pastoreava uma grande igreja e, portanto, seria visto como alguém que representava muitas pessoas. Entretanto, eu sabia que essa solução política específica, embora fosse sábia em minha opinião, não era uma questão ditada pela Escritura. Portanto, os cristãos em minha igreja tinham liberdade de consciência para ter outra visão sobre esse assunto, e sabia que muitos de fato tinham. Eles não achariam justo eu assinar a petição como se representasse os pontos de vista de toda a congregação. Como ministro, cujo trabalho é pregar a Bíblia para uma igreja, minha assinatura seria vista como algo que dizia: “Essa é a posição política cristã e bíblica sobre essa questão”. Não importava se eu protestasse dizendo que estava assinando apenas como cidadão particular. Não teria sido visto nem ouvido dessa maneira. Estaria amarrando o evangelho e a fé a um programa político passível de debates. Dessa forma, ministros e líderes cristãos devem instruir e encorajar os crentes a serem politicamente ativos, a buscarem ser “sal” e “luz” (Mt 5.13-16), e a usarem a sabedoria ensinada pela Bíblia para buscar o bem comum. Todavia, como representantes da igreja institucionalizada, eles não devem impor agendas políticas partidárias.
[6] Veja Craig Blomberg, Neither poverty nor riches: a biblical theology of possessions (Leicester: Apollos, 1999). O erudito bíblico Craig Blomberg examina os dados bíblicos sobre riqueza e economia. Ele analisa as leis mosaicas, incluindo: (a) as leis do ano sabático, segundo as quais todos os servos contratados seriam libertados a cada sete anos, quer tivessem pago suas dívidas, quer não; (b) as leis do respigo, que limitavam a obtenção de lucros pelos proprietários de terras; e (c) o Jubileu, segundo o qual a terra que havia sido perdida em negócios lícitos retornava a seus proprietários originais a cada cinquenta anos. Blomberg conclui que as regras para o uso da riqueza e da propriedade desafiam todos os principais modelos econômicos contemporâneos. Elas são incompatíveis tanto com o socialismo quanto com o capitalismo democrático. A Bíblia “sugere uma crítica contundente (1) ao estatismo que desconsidera o precioso tesouro das raízes pessoais, e (2) ao individualismo desenfreado que protege indivíduos às custas da comunidade” (p. 46). A Bíblia ensina “a despersonalização tanto das forças de mercado quanto das sociedades dominadas pelo Estado” (p. 83).
[7] Veja James Mumford, “Package deal ethics”, Hedgehog Review 19, n. 3 (Autumn 2017), disponível em: www.jamesmumford.co.uk/ package-deal-ethics-2, acesso em: 31 mar. 2019.
[8] Veja Larry Hurtado, Destroyer of the gods: early Christian distinctiveness in the Roman world (Waco: Baylor University Press, 2016). Hurtado ressalta que a igreja primitiva estava comprometida com um “projeto social” único. Ela enfatizava: (a) a multietnicidade e a igualdade entre as raças; (b) uma forte preocupação com os pobres; (c) perdão e não retaliação; (d) proibição de aborto e infanticídio; (e) uma ética sexual que proibia o sexo fora do casamento entre um homem e uma mulher. Como alguns apontaram, as duas primeiras características soam “democratas” e as duas últimas soam “republicanas”, mas a terceira característica — não retaliação — não soa como nenhum desses dois lados!
[9] Ao lerem isso em 2018-2019, alguns vão pensar apenas na relação atual entre evangélicos e republicanos. Mas isso acontece ao longo de todo o espectro político. Para outro exemplo da pressão dos atuais “acordos políticos em bloco” no que concerne a cristãos afro-americanos, veja Justin E. Giboney, “Oddly, neither political party reflects the values of black voters”, The Hill, May 30, 2018, disponível em: http://thehill.com/opinion/civil-rights/389491-oddly-neither-political-partyreflects-the-values-of-black-voters, acesso em: 31 mar. 2019. Tanto os cristãos afro-americanos quanto o ensino social católico combinam valores “liberais” nas áreas de trabalho, raça e economia com valores “conservadores” nas áreas de sexo, gênero e aborto.
[10] Ernest W. Shurtleff, Lead on, o King eternal, the day of march has come (hino), 1887.
Trecho extraído da obra “O profeta pródigo: Jonas e o mistério da misericórdia de Deus“, de Timothy Keller, publicada por Vida Nova: São Paulo, 2019, pp. 148-158. Traduzido por Marisa K. A. de Siqueira Lopes. Publicado no site Tuporém com permissão.
Timothy Keller nasceu e cresceu na Pensilvânia, com formação acadêmica na Bucknell University, no Gordon-Conwell Theological Seminary e no Westminster Theological Seminary. Ele é pastor da Redeemer Presbyterian Church, em Manhattan. Já esteve na lista de best-sellers do New York Times e escreveu vários livros, entre eles A fé na era do ceticismo, Igreja centrada, A cruz do Rei, Encontros com Jesus, Ego transformado, Justiça generosa, entre outros, todos publicados por Vida Nova. |
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Em O profeta pródigo, Timothy Keller revela as camadas escondidas do livro de Jonas e mostra que, apesar de o protagonista dessa história ter sido um dos piores profetas de toda a Bíblia, ele tem muito em comum com a Parábola do Filho Pródigo e com o próprio Jesus, o qual vê muitas semelhanças entre si e o “profeta pródigo”. Assim como a história de Jesus não acabou após três dias no sepulcro, o relato sobre a vida de Jonas também não chegou ao fim depois do mesmo período dentro do grande e misterioso peixe: ainda havia uma segunda parte a ser cumprida em seu ministério. Neste livro, Keller interpreta a extraordinária (e enigmática) conclusão dessa história e nos mostra a poderosa mensagem por trás da vida de Jonas: a extraordinária graça de Deus. Publicado por Vida Nova. |
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