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21/ago/2014A doutrina Disney pode ser resumida em uma simples frase: Seja verdadeiro consigo mesmo. Se você vive de acordo com essa máxima, todos os seus sonhos se tornarão realidade.
É o dogma que cria o drama:
- Cinderela cantando sobre seus sonhos e sendo verdadeira com a sua princesa interior
- Mulan recusando a se encaixar em estereótipos culturais
- Ariel ansiando por um mundo ao qual ela não foi criada para fazer parte
- Aladdin se tornando o príncipe que ele pretendia ser
Filmes da Disney (e a maioria dos rip-offs /cópias) ensinam a nossas crianças repetidas vezes que a lição mais importante da vida é descobrir a si mesmo, ser verdadeiro com o que quer que seja que você tenha descoberto, e então seguir seu coração onde quer que ele te leve.
Ora, não sou uma pessoa que odeia a Disney, eu gosto de assistir bons filmes com minhas crianças e transmitir essas histórias memoráveis. Ainda assim, há duas suposições por trás da fórmula Disney das quais nós devemos estar cientes:
- Você é o que você sente.
- Apegue-se ao que você sente não importa o que os outros digam.
De Disney a Lady Gaga
A música só reforça esta mensagem durante os anos da adolescência. Por exemplo, a música “Born This Way” (“Nasci Desse Jeito”) de Lady Gaga celebra nossos apelos e anseios:
“Não se cubra de arrependimentos
Apenas ame a si mesma e você estará bem
Eu estou no caminho certo, querido
Eu nasci desse jeito”
O resto da música deixa claro que o anseio sexual integra grande parte do que você é e, portanto, deve abraçá-lo. Seus sentimentos mandam. Se você for contra seus sentimentos, você estará vivendo uma mentira.
O único problema é que sentimentos podem ser tiranos. E, estranhamente, aqueles que resistem à tirania de seus sentimentos são frequentemente ridicularizados em vez de celebrados.
É corajoso ceder a quaisquer que sejam os sentimentos que você tem? Ser verdadeiro consigo mesmo é a receita da felicidade?
A sala de aconselhamento
Aqui é onde a doutrina Disney leva à flagrante incoerência do mundo real. Considere o seguinte cenário em um escritório de um conselheiro:
Adolescente #1: “Eu acho que sou gay, mas eu quero mudar minha orientação sexual.”
Conselheiro: “Sinto muito, mas a orientação sexual é fixa desde o nascimento. Você precisa abraçar quem você é e não tentar mudar.”
Adolescente #2: “Eu sou um garoto, mas sinto-me como uma garota e quero mudar meu sexo.”
Conselheiro: “Tudo bem. Seu gênero é flexível.”
A tirania dos sentimentos
O que nós temos no primeiro caso é um jovem rapaz que tem sentimentos que deseja que fossem diferentes e é orientado a aceitar as ordens da natureza, expressas por esses sentimentos. Ele deve ser intimidado em submissão e forçado a aceitar o que quer que suas atrações o mandem fazer.
O que nós temos no segundo caso é um jovem rapaz que quer mudar seu sexo. Estranhamente, nesse caso ele não é orientado a aceitar as ordens da natureza. Ninguém seria tão intolerante ao que Lady Gaga lhe afirma: “Você nasceu desse jeito. Seja quem você é.” Não… Os sentimentos mandam. Mesmo quando os cromossomos discordam.
É desconcertante para mim o fato de que um conselheiro possa dizer que as atrações de uma pessoa são fixas desde o nascimento e que o gênero de uma pessoa é flexível.
Mas esta é a doutrina Disney tomada ao extremo. Sentimentos mandam. Nós vivemos debaixo da tirania de nossos sentimentos; caso contrário, estaríamos vivendo uma mentira.
Rompendo com a tirania de nossos sentimentos
Aqui é onde o Cristianismo se opõe à mentalidade “siga seu coração” de grande parte do mundo Ocidental.
- É-nos dito, não para amar a nós mesmos primeiro, mas para focar em amar a Deus e ao próximo.
- É-nos dito que nascemos pecadores e precisamos do resgate de nossa natureza caída, não da afirmação dela.
- Nós estamos sendo refeitos à imagem de Deus, para que a descoberta cada vez mais profunda de Sua graça e bondade para conosco seja o marcador que define a nossa vida, e não a nossa autodescoberta.
- Nós vivemos de acordo com a declaração de aceitação pronunciada sobre nós através da fé, não de acordo com nossa auto-aceitação e o desejo de cair nas boas graças dos outros.
- Estar à frente não é celebrar a si mesmo como você é agora, é abraçar a visão de quem Deus está fazendo com que você seja.
Não seja verdadeiro consigo mesmo
Os verdadeiramente corajosos são aqueles que crucificam o “eu” ao qual o mundo nos ensina a sermos verdadeiros. E com isso nós somos levantados juntamente com Cristo para nos tornarmos a pessoa que Deus sempre pretendeu que fôssemos.
Como Gil, o pastor aposentado do livro “Clear Winter Nights”, diz:
“Eu sei que há pessoas que pensam que estou dizendo para não serem verdadeiras com elas mesmas. E elas estão certas. O pregador cristão diz às pessoas durante todo o dia, ‘Não seja verdadeiro consigo mesmo. O eu a que você seria verdadeiro é podre por dentro.’ Autenticidade não é aceitar seus pecados. É admitir seus pecados e então ser verdadeiro com a pessoa que o Rei Jesus declarou que você seja.”
Traduzido por Juliana Roberta Angelieri e revisado por Maria Gabriela Pileggi.
Texto original aqui.