Expedição em busca da verdade – Parte 7: O mapa da minha expedição | Fábio Mendes

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Expedição em busca da verdade – Parte 7

Esta é uma série intitulada “Expedição em busca da Verdade”, que tem por objetivo fornecer uma perspectiva racional e filosófica a respeito da existência de Deus e da veracidade do Cristianismo. Clique aqui para conferir todos os textos da série.

Comecei esta série estabelecendo ser importante buscar a verdade (veja aqui). Estabeleci o papel da fé em qualquer posicionamento que tomasse (veja aqui), determinei que um método para essa busca era importante (veja aqui) e, finalmente, explorei todas as formas de saber juntamente com suas vantagens e desvantagens (veja aqui).

Agora só faltava um mapa. Qualquer expedição exige um planejamento anterior, um mapa. O meu mapa envolvia algumas “paradas” importantes durante o trajeto. Essas paradas deviam ser estratégicas e lógicas. Não fazia sentido continuar a jornada sem analisar a parada anterior. Um fundamento sólido devia ser criado antes de partir para a próxima fase. Era como construir uma casa. Você começa com o fundamento e vai construindo em cima. Não faz sentido, e é até perigoso, continuar a construção antes de a fase anterior estar sólida.

Desta forma, minhas paradas seriam:

1) Existem verdades absolutas?

Se a verdade é relativa, então não faz sentido nenhuma discussão. Para quê? Para eu convencer outro de algo que não transcende à própria pessoa? De algo que é subjetivo? Se eu não pudesse estabelecer que verdades são absolutas e objetivas, isto é, transcendem o crer ou não crer de um indivíduo, nada mais na expedição faria sentido.

A expedição em busca da verdade seria uma atividade impossível se a verdade depende de cada um. Eu estaria delirando em embarcar numa expedição em que o destino pode ser qualquer lugar. Se este destino não está lá para ser encontrado, mas pode ser definido por cada um, o mapa se torna algo pessoal e pode ser qualquer coisa. É só inventar. É como se diz, “Se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho te leva ao destino”.

2) Existe um Ser Supremo, vários Seres Supremos, nenhum ou não temos como saber?

Existe um ser que é supremo? Um ser transcendente? No entanto, algumas religiões colocam a possibilidade de vários deuses, de forma que seria válido também considerar a existência de vários seres.

E, por fim, como a “Nova Era” prega, será que todos nós seríamos deuses? E, como tem estado na moda atualmente, eu tinha que considerar a possibilidade de que não Deus não existia (ateísmo) ou que não teríamos como saber isso (agnosticismo). Se Deus não existisse, então o resto da expedição poderia não fazer sentido, pois a opção restante seria uma obra do acaso. Eu teria que derivar significado e propósito de um acaso, o que resultaria em uma outra expedição, outro mapa. O mapa não seria de busca, mas de invenção, de criação de um propósito próprio.

Eu via essa parada como uma bifurcação na estrada que me levaria para destinos completamente diferentes, de forma que seria uma parada estratégica e decisiva.

3) Fomos criados ou somos resultados do acaso?

Esta parada estava diretamente relacionada à parada anterior. Se existisse um Ser Supremo, aceitar que fomos projetados não seria algo difícil. No entanto, partindo do princípio da não existência de um Ser Supremo, algumas montanhas gigantescas teriam que ser escaladas. A origem do DNA, o ajuste preciso do universo, a autoconsciência, precisavam ser analisados para concluirmos se um processo não guiado e aleatório poderia efetivamente ser responsável por tamanha complexidade.

Leia também  Uma expedição em busca da verdade - Parte 1 | Fábio Mendes

Esta era uma análise válida, pois, mesmo com uma conclusão de que Deus existe, se a evolução não guiada era viável, esta seria uma alternativa a ser analisada. Poderíamos ser o resultado de um acidente cósmico que nos trouxe à existência sem um guia inteligente.

4) Pode existir algum propósito para nossa existência?

Esta questão estava diretamente ligada às duas anteriores. Se existe um Ser Supremo e fomos criados, então é lógico presumir que houve um propósito nem que seja por que esse Ser Supremo decidiu criar e não quer mais nada conosco (deísmo).

5) Se existe um propósito temos como saber qual é?

Esta seria uma questão de extrema importância. Se existe um Ser Supremo, se este nos criou para um propósito, temos como saber qual é esse propósito? A questão não é QUAL o propósito nesta parada, mas sim quais meios podemos utilizar para saber qual é esse propósito. Que ferramentas estariam a nosso dispor para descobrirmos esse propósito? O método científico? Meditação? Ou não teríamos como saber? Em primeiro lugar, era lógico identificar os meios viáveis de se descobrir nosso propósito e somente então analisar as diversas afirmações de propósito encontradas em diversas religiões.

6) Existem várias afirmações de propósito e revelações divinas em várias religiões. Todas são verdadeiras, todas são falsas ou uma delas é verdadeira? Como saber?

Esta última parada tinha o potencial de ser LONGA. Se existe um Ser Supremo que nos criou para um propósito e temos como saber qual é esse propósito, então qual religião acertou? Qual “afirmação” é correta? Temos milhares de religiões no mundo. As afirmações são diversas e não necessariamente concordam umas com as outras. Que método podemos utilizar para analisar todas essas afirmações em um período razoável de tempo para chegar a qualquer tipo de conclusão? Existe alguma forma racional de se fazer isso de forma viável?

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Estava claro para mim que a busca da verdade não era uma jornada para preguiçosos. Exigiria esforço, planejamento e disciplina. Seria racional esperar algo diferente? Se existia verdade e propósito, por lógica, existiriam inúmeras inverdades.  Vemos em nosso dia-a-dia que qualquer coisa que é valiosa e importante é sempre acompanhada de falsificações. Relógios Rolex, diamantes, ouro, dinheiro, etc. Todos são falsificados. Por que eu esperaria algo diferente de algo tão importante como a verdade?

Clique aqui para conferir a Parte 8. Todos os textos aqui.

Fábio Mendes mora na Califórnia, EUA. É bacharel em Ciências da Computação pela Universidade Bethel, em Minnesota, e MBA em gerenciamento de tecnologia pela University of Phoenix. Atualmente, exerce a função de Arquiteto Sênior de Sistemas para uma seguradora internacional. Membro da igreja Christ Fellowship, em Miami, dedica-se ao pensamento e à filosofia cristã com ênfase para jovens.

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