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ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /var/www/cruciforme/wp-includes/functions.php on line 6114Escrevi para este mesmo site a respeito da primeira temporada de 13 Reasons Why (13RW) e volto a elencar as minhas impressões sobre a segunda temporada desta série que – quer você ame ou odeie – é um fenômeno de audiência e tem rendido muitas discussões sobre assuntos delicados. Ah, vou logo avisando: Há spoilers nas linhas abaixo.
Um dos pontos positivos da nova temporada, ao menos para mim, foi a forma como recontaram as histórias que a Hannah havia divulgado em fitas cassete antes de atentar contra a própria vida. Ela não era uma pessoa livre de defeitos e acima de quaisquer suspeitas. Obviamente, isto não a torna merecedora de ter sofrido bullying. Mas, dá outro contorno à trama, deixando-a mais perto da realidade (nesse ponto). No ambiente escolar, jovens são vítimas de bullying, mas também acabam recorrendo ao mesmo modus operandi com aqueles alunos ainda mais abaixo da pirâmide do status quo das escolas. Hannah foi uma vítima na escola Liberty, todavia, ficamos sabendo que em sua escola anterior, ela infernizou uma garota que, mesmo não recorrendo ao suicídio, ainda é assombrada pelo que vivenciou.
Mais um ponto positivo da história foi demonstrar como os pais da Hannah desconheciam a sua própria filha. Positivo no sentido de que muitos pais podem ser forçados a se ver naquela situação e procurar solução para este afastamento. Os pais da Hannah processam a escola por negligenciar os casos de bullying e até mesmo de não acionar os pais ao ver publicado na escola um texto que tinha menções ao suicídio. Todavia, no julgamento contra a escola, eles também passam a se dar conta de que os mesmos não estavam atentos o suficiente ao comportamento da filha. Esse viés da trama poderia ser muito mais explorado, pois é uma realidade que muitos pais se envolvem demais com trabalho e outros assuntos e acabam por terceirizar os cuidados com os filhos.
Nestes dois primeiros pontos elencados, acredito que inúmeras reflexões podem ser extraídas tendo como pressuposto o que a Bíblia diz. Todos eles envoltos daquela realidade que vem sendo relativizada em nosso mundo: Os seres humanos são depravados e os seus pecados são os causadores de todo o mal que os circundam. E a própria série nos mostra isso com o relato que traz do cotidiano dos adolescentes, seja em casa ou na escola.
A licenciosidade é o mote da geração retratada no universo de 13RW. Infelizmente, não é uma descrição meramente ficcional. Nos EUA, e também no Brasil, a juventude é bombardeada com esta filosofia hedonista que a leva a passos largos para o abismo da destruição. Consumo de álcool e outras drogas e objetificação do sexo são tratados com uma assustadora normalidade. A ideia que passa é: afinal, quem nunca fumou um baseado? Quem nunca ficou chapado numa festa? Quem nunca transou no vestiário da escola ou na casa de um amigo? Que adolescentes fazem isto, não é a novidade (e isto é triste!). Todavia, a série retrata este cotidiano sem explorar o fato de que essas práticas são fatores determinantes para acontecer o que aconteceu com Hannah e outras vítimas, como a Jessica e o Tyler, que tem seus arcos muito bem montados nesta temporada.
Jessica, uma garota extremamente popular na escola, é abusada por Bryce. E embora tenha que conviver com este trauma, transa com Justin no baile da escola, no vestiário. E ela tinha aceitado a proposta de namoro do Alex, que a levou ao baile. Não quero justificar um estupro e não é isso que estou fazendo. Apenas quero que fique claro que toda a desvirtuação do sexo gera mais desvirtuação. Caras feito o Bryce são forjados na olaria do sexo livre, bandeira levantada desde os idos dos anos 1960. Jessica está tentando tocar sua vida, mas busca redenção onde não há. Falta-lhe esperança, falta-lhe a Palavra de Deus. Mas 13RW não fala sobre isso…
Tyler é o personagem mais bem construído de todo universo de 13RW até aqui. E o que acontece com ele no episódio final é de embrulhar o estômago. Com uma cena tão polêmica quanto o suicídio de Hannah, na temporada passada, vemos Tyler ser sodomizado no banheiro da escola. Três rapazes o violentam com um cabo de esfregão. Cena que poucos conseguem encarar. Este é o estopim para que o mesmo busque vingança através de um atentado com armas no baile da escola, o que acaba não acontecendo graças a atuação de Clay ao convencê-lo a não fazer o mesmo (cena inverossímil). Novamente vemos a manifestação do pecado assumindo várias facetas brutais e a esperança se ausenta num universo onde Nietzsche pode ser considerado profeta, pois aqueles adolescentes, aqueles pais e aqueles funcionários da escola “mataram” Deus, isto é, vivem como se Deus não existisse e não estivesse a par de todo aquele contexto. Há uma cena que fala sobre Deus, onde Clay questiona um pastor sobre se Hannah havia sido perdoada e o indaga sobre a existência da vida após a morte. O pastor é evasivo em sua resposta e Clay, aparentemente acariciado com as palavras bonitas do reverendo, não está realmente convencido da existência de Deus e nem na vida post-mortem.
13RW é um produto da cosmovisão niilista e por isso não vai conseguir ajudar a quem se propõe ajudar. O niilismo nunca ajuda. Volto a tratar aqui da realidade do pecado. Por mais que esta palavra agrida aos ouvidos da sociedade contemporânea, ela precisa ser dita em alta voz. Sem o reconhecimento do pecado, não haverá diagnóstico correto para as mazelas da vida. Sem o pecado não há salvador e nem salvação. Sem pecado não chegamos até as boas novas trazidas por Jesus. No roteiro da realidade, escrita por um SENHOR soberano que se revelou na Palavra escrita, o arco está bem estruturado: para haver redenção final é preciso estar atento a perdição registrada no início do enredo.
Aos que sofrem, aos que causam sofrimento; aos que estão traumatizados e aos que se afligem com a culpa de ter feito algo horrível para alguém; a mensagem é a mesma: você precisa de redenção! E para ser redimido, é necessário fazer um inventário do próprio coração e vir a Cristo com a consciência dos seus pecados, pedindo para que o Filho de Deus dê cabo daquilo que você não consegue dar. Pode parecer uma mensagem simplória, mas não é. É extremamente simples, ao ponto de qualquer um compreender. Todavia, há mais nuances a serem explorados que não dá para colocar nesse texto sem deixá-lo demasiadamente longo. Para finalizar, gostaria de me dirigir a dois tipos de pessoas:
Se você é um não cristão, antes de me apedrejar em praça pública, deixo o mesmo conselho que dei no texto anterior: leia um dos evangelhos. Se aprofunde naquilo que a Palavra diz sobre o pecado e converse com algum cristão sobre a cosmovisão bíblica antes de sair por aí querendo me refutar com base num parágrafo. Meu desejo não é estar correto. Meu desejo é que você encontre o conforto e a aceitação que tanto espera no lugar certo: em Cristo. Pois fora dele, prevalece a desesperança.
Se você é cristão, peço que compartilhe a sua fé. Combata a desesperança com a esperança que Cristo oferece nos evangelhos. Existem muitas e muitas pessoas que precisam ouvir que sua vida não está acabada, mesmo depois de serem vítimas de algo horrendo. Que você possa pregar o evangelho com fidelidade. Que a realidade do pecado não seja substituída por frases motivacionais e continue presente na sua proclamação, pois, sem a realidade do pecado, ninguém atentará para a realidade da redenção. O mundo precisa estar ciente do real problema e da única solução definitiva. Se não formos ao âmago da questão, o problema nunca será solucionado. É aí que 13RW falha. Mas a Igreja não pode cometer a mesma falha.
Leia também: 13 Reasons Why e a esperança que só o Evangelho traz
Thiago Oliveira é graduado em História e especialista em Ciência Política, ambos pela Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso). Mestrando em Estudos Teológicos pelo Mints-Recife. Casado com Samanta e pai de Valentina, atualmente pastoreia a Igreja Evangélica Livre em Itapuama/PE. |
1 Comments
Maneiro tratar de tal assunto atual para nós, que curtimos uma seriezinha.
Vem a 3º temporada ano que vem e gostaria de saber se seria maneiro se colocassem um(a) cristão(ã) no elenco pra trazer as mensagens de Cristo pra galera que está sofrendo?