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foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /var/www/cruciforme/wp-includes/functions.php on line 6114Como era a vida de um judeu vivendo no exílio na Babilônia? George Heath-Whyte analisa as tábuas de Al-Yahudu, pequenos documentos legais escritos em argila na escrita cuneiforme por escribas babilônicos, para ver o que eles podem nos dizer sobre a vida no exílio.
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Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que enviei de Jerusalém para a Babilônia: Construam casas e habitem nelas; plantem jardins e comam os seus produtos… Busquem o bem-estar da cidade para onde os enviei para o exílio e orem ao Senhor por ela, pois no bem-estar dela vocês encontrarão o bem-estar de vocês.
Jeremias 29: 4-5, 7
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O Exílio de Judá marca o clímax trágico do Antigo Testamento. Em várias ondas, começando em 605 a.C. e continuando nas primeiras décadas do século VI, o rei Nabucodonosor II deportou o povo de Judá de sua terra natal, forçando-os a empacotar os seus pertences e se mudar para a Babilônia.
Este foi um período difícil para o povo de Deus, mas através do profeta Jeremias, eles foram encorajados com a notícia de que Deus estava com eles, que em breve eles retornariam para Judá e que era possível ter uma vida prospera mesmo estando numa terra estrangeira. Mas como era a vida no exílio? Incrivelmente, mais de 150 documentos de um grupo de assentamentos na Babilônia, local este, em que muitos judeus haviam sido colocados, vieram à tona nos últimos anos, proporcionando, portanto, uma abertura para que os estudiosos modernos estudassem esta questão.
Do ponto de vista estético, esses documentos não despertam tanto interesse, até porque, naquela época não existiam cartas, diários ou obras literárias. Em vez disso, eles eram documentos curtos e padronizados, escritos com um idioma antigo, como é o caso da língua cuneiforme, por escribas na Babilônia. O documento é pequeno o suficiente para caber no bolso. Muitos deles eram semelhantes a uma nota promissória, isto é, continham informações dizendo que uma pessoa deveria transferir os seus bens para outra pessoa numa determinada data específica. Alguns eram utilizados como recibo, ou seja, tinham o objetivo de registrar as informações de vendas de gado, de escravos e casas. Por fim, havia entre eles contratos de aluguel de casas, de trabalho entre diversas outras coisas, como por exemplo, certidões de nascimento. Portanto, considerando todas essas informações, há muito a aprender com essas tábuas.
Numa tábua pode ser encontradas informações do tipo: uma nota promissória da cidade de Judá que foi escrita em 510 a.C. Nota-se também um nome de pessoa que se identificou, em negrito, como judeu:
Qil-Yawa filho de Shikin-Yaw deve 1260 volumes de tâmaras a Iddina, filho de Shinqa.
Ele informará as datas da entrega na cidade de Judá no sétimo mês.
As testemunhas serão:
Mushezib-Nabu filho de Mushezib,
Bit-il-ab-usur filho de Bit-il-shar-usur,
Bel-ushallim filho de Shinqa,
E o escriba Shamash-eresh, filho de Marduk-mukin-apli.
Cidade de Judá, quinto mês do 29ºdia do 12ºano de Dario, Rei da Babilônia e das terras[1].
Sabemos por meio dessas tábuas que Nabucodonosor exilou uma grande comunidade de Judeus num novo local da região da Babilônia, nomeado como: Cidade de Judá ou Al-Yahudu, em homenagem à sua terra natal. Isso demonstra, inclusive, a equivalência deste evento com o do exílio apresentado na Bíblia. Porém, infelizmente, esses documentos não foram descobertos durante o projeto das escavações arqueológicas. Com isso, não sabemos exatamente a localização da cidade de Judá. Mas, é provável que tenha sigo em algum lugar na região da cidade babilônica de Nippur, não muito longe do canal de Chebar, onde, o profeta Ezequiel viveu.
Dentro dessa região e nos arredores, os judeus faziam parte de um grupo daquilo que os estudiosos nomearam como: “esquema de terra por serviço”. Como parte desse esquema, os exilados recebiam do estado uma extensão de terra, nas quais, eles podiam cultivar a cevada ou plantar um jardim de tâmaras. Em troca, os judeus deveriam pagar impostos anuais e tinha que servir no exército babilônico caso fossem convocados.
Algumas das Tábuas de Al-Yahudu em exibição na Exposição Jerusalém na Babilónia do Museu das Terras Bíblicas, Cortesia do Museu das Terras Bíblicas de Jerusalém, Fotografia: Avi Noam.
Embora um punhado desses documentos tenham sido escritos durante o reinado de Nabucodonosor II e de seus sucessores, o grande volume são das décadas posteriores à invasão dos persas no território babilônico em 539 a.C., quando alguns grupos judeus iniciaram o seu retorno a Judá e começaram a reconstruir Jerusalém. Porém, a esta altura, alguns judeus, que estavam ao redor da cidade de Judá, se encontravam apreensivos, pois, se viam incapazes de arcar com o pagamento de impostos e com isso, acumulavam altas dividas; enquanto outros, talvez, por meio das ordens dadas pelo profeta Jeremias, se gozavam de suas riquezas. Por meio dessas tábuas, sabemos que os judeus dessa região interagiam e faziam negócios com uma ampla gama de pessoas, incluindo outros grupos que se encontravam exilados e babilônicos locais. Alguns, inclusive, conseguiram empregos na administração babilônica como coletores de impostos.
O único caminho confiável de identificar um judeu, nesses documentos, seria por meio do seu nome. Se um indivíduo ou alguém de sua casa tivesse “Yahweh” como parte do nome — isto é, tivesse a descrição “Yahu” ou “Yawa” nos documentos —, então, a possibilidades de serem considerados como judeus seria grande. Sabemos, por meio das Escrituras, que muitos judeus não tinham nomes como o de Yahweh. Com isso, provavelmente, teríamos certo número de tábuas que não conseguiríamos identificá-los. Notavelmente, contudo, quando olhamos para as árvores genealógicas, percebemos que elas haviam sido reconstruídas a partir desses documentos, e, também, que quase nenhuma dessas famílias teria dado aos seus filhos nomes que homenagearia uma divindade pagã. Um indivíduo, que, assim como Daniel e seus amigos, recebeu um nome babilônico porque era funcionário do estado — Bel-sazar, ou seja, “Bel-proteja-o-rei” — alterou o seu nome para Yahu-shazzar, substituindo o nome do deus babilônico “bel” por “Yahu” Deus dos judeus: Yahweh-proteja-o-rei.
Alguns estudiosos sugeriram que o retrato bíblico do Exílio é exagerado e não confiável. Porém, embora a natureza dessas fontes busque limitar o que podemos aprender sobre esse período, o que elas revelam é consistente com aquilo que se encontra na Bíblia. Ou seja, o Exílio foi uma operação em grande escala e embora o povo exilado pudessem prosperar, ainda assim, eram forçados a servir o rei babilônico.
[1] Minha tradução do texto 22º de LE Pearce e C. Wunsch: Documentos dos judeus e semitas ocidentais exilados na Babilônia da coleção de David Sofer, CUSAS 28 (Maryland: CDL Press, 2014).
George Heath-Whyte é pesquisador Associado do Antigo Testamento e do Antigo Oriente Próximo na Tyndale House |
Texto original: Artefact in focus: the tablets of Al-Yahudu. Tyndale House Cambridge. Traduzido por Gedimar Junior e publicado no site Cruciforme com permissão. |